O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (6) estar otimista com as medidas de corte de gastos públicos apresentadas pelo governo na semana passada. O pacote — que, por enquanto tem três propostas, com expectativa de envio de mais uma (leia mais abaixo) — foi encaminhado ao Legislativo e aguarda análise dos parlamentares, que entram de recesso em duas semanas. Quando anunciou as medidas, a gestão de Lula informou que quem recebe até R$ 5 mil por mês será isento do Imposto de Renda. Em compensação, aqueles que recebem acima de R$ 50 mil serão taxados. O governo federal vai enviar essas mudanças no Imposto de renda ao Legislativo no próximo ano. “Fiquei mais otimista com o lançamento do programa que anunciamos agora. Desde a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil até a tentativa de moralizar os benefícios públicos, porque nem tudo é correto. Mas, sobretudo, da gente cobrar renda das pessoas mais ricas”, afirmou, em discurso no seminário do PT, em Brasília. Lula, que está em São Paulo, participou do evento por videoconferência. As propostas do governo, no entanto, enfrentam resistência no Congresso. Em reação ao pacote, a oposição ao petista apresentou um texto alternativo ao corte de gastos. Nessa quarta (4), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o Executivo não tem votos suficientes para aprovar as medidas. Apesar da falta de apoio, o governo conseguiu colocar dois dos três projetos em regime de urgência, quando a tramitação é acelerada, sem análise das sessões temáticas. O quarto texto do Executivo vai ajustar a aposentadoria de militares. Com a aprovação das medidas, o governo pretende economizar R$ 327 bilhões entre 2025 e 2030, com R$ 70 bilhões concentrados nos dois primeiros anos. Na quarta (4), Lula declarou que as medidas de revisão de gastos do governo federal têm sido debatidas com “a maior delicadeza” para não punir quem não merece ser punido. “A gente não quer ir para as páginas dos jornais punindo alguém que não pode ser punido. A gente quer fazer o levantamento fidedigno. A gente vai fazer com que todas as pessoas façam o levantamento da sua situação real: aqueles que têm direito vão continuar recebendo, aqueles que estão de forma ilícita vão parar de receber. Esse é o preço que a gente paga por ser sério”, garantiu o presidente.“Veja que absurdo, falta mão de obra no momento que a gente tem o menor índice de desemprego da história deste país. O pessoal costuma jogar a conta no Bolsa Família, porque alguém tem sempre que ser culpado, e o culpado é o pobre. Joga a conta nos aposentados do INSS, no BPC, tudo coisa que nós estamos fazendo com a maior delicadeza possível”, acrescentou.