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R7 Brasília

Em meio a crise, Lula mantém Jean Paul Prates na presidência da Petrobras

Na semana passada, empresa perdeu R$ 55 bilhões de valor de mercado em apenas um dia; demissão não teria sido discutida

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Saída de Prates não foi discutida na reunião
Saída de Prates não foi discutida na reunião Tomaz Silva/Agência Brasil - arquivo

Depois de mais de duas horas de reunião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu manter Jean Paul Prates na presidência da Petrobras. Lula e Prates se reuniram na tarde desta segunda-feira (11), no Palácio do Planalto, em meio à crise dos últimos dias. O R7 apurou que os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil) e diretores da Petrobras também participaram da reunião. 

Depois do encontro, Haddad e Silveira declararam que a saída de Prates não foi sequer discutida na reunião. Segundo o ministro da Fazenda, a diretoria da empresa apresentou em detalhes um plano de desenvolvimento. 

Na última sexta-feira (8), as ações fecharam em queda de 10,5%, o que significou perda de valor de mercado de R$ 55 bilhões em apenas um dia. O ruído no mercado ocorreu após o anúncio de que a Petrobras iria reter os dividendos extraordinários avaliados em R$ 43,9 bilhões.

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A decisão de não distribuir os recursos foi uma orientação do próprio governo. Na votação do Conselho de Administração sobre o tema, cinco conselheiros indicados pelo Executivo e representante dos trabalhadores foram contra a distribuição. Os quatro representantes de acionistas minoritários votaram a favor da distribuição de 100%.


Segundo Prates, a diretoria da estatal inicialmente propôs 50% dos dividendos extraordinários para reserva e 50% para pagamento agora. Diante da resistência dos representantes do governo, ele se absteve de votar na reunião.

O presidente Lula tem dado mostras ininterruptas de que pretende usar as empresas estatais diretamente dentro do plano de governo — embora a Petrobras seja uma empresa aberta, com ações em bolsa e sócios minoritários.


Ministro não descarta distribuição

Haddad destacou que o governo não elaborou o orçamento contando com os dividendos extraordinários, para deixar o conselho da Petrobras com "grau de liberdade". "O que foi decidido pelo conselho é que a distribuição será feita à medida que ficar claro para o conselho que não vai comprometer o plano de investimento da Petrobras. Em vez de distribuição de 0% ou 100%, nas próximas semanas e meses, o conselho volta a se reunir para julgar a conveniência do quanto e de quando fazer. Não tem absolutamente nenhum problema esse tipo de decisão", afirmou o ministro.

Segundo Haddad, esses dividendos estão em uma conta de remuneração do capital dos acionistas "enquanto processa as informações necessárias". "A diretoria vai, ao longo das próximas semanas, prestar informações ao conselho [para a tomada de decisões]", completou. 

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