Vice-presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Marcelo Ramos oficializou sua filiação ao PSD (Partido Social Democrático) nesta quarta-feira (9). O evento ocorreu na sala de liderança da sigla, na Câmara, na presença do senador Omar Aziz, presidente da legenda no Amazonas, de Gilberto Kassab, líder nacional do partido, e de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, que compareceu somente no final da cerimônia.
O congressista fez questão de iniciar o discurso agradecendo ao antigo partido pela contribuição em sua trajetória política. Marcelo Ramos mencionou, especialmente, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que entendeu a incompatibilidade do deputado com as mudanças de rumo da sigla, após a filiação do presidente Jair Bolsonaro.
O vice-presidente da Câmara disse que escolheu o PSD por acreditar que o partido se coloca no "centro político-ideológico" do país e que busca construir um projeto moderado. "Tenho convicção de que a boa política se encontra no centro, baseada na moderação, tolerância, no diálogo e respeito à diversidade. Infelizmente, estamos escolhendo, hoje, o que nos divide e existem bandeiras que não pertencem à esquerda ou à direita", destacou.
No PSD, Ramos espera encontrar o apoio de Omar Aziz, que desempenha papel de oposição ao governo federal no Senado e do deputado federal Sidney Leite, que também compareceu à cerimônia de filiação.
"Aqui [PSD], você terá apoio e espaço para atuar de forma democrática. É hora de crescer e nos prepararmos para ótimos resultados na eleição de deputados federais para que, em outro momento, em breve, tenhamos também um presidente da República", disse Gilberto Kassab ao novo filiado.
A ida do vice-presidente da Câmara dos Deputados para o PSD é vista como um movimento que visa ao comando da Casa a partir de 2023. Atualmente, Marcelo Ramos é vice do deputado Arthur Lira (PP-AL) e pretende disputar a reeleição no Amazonas.
Rompimento com o PL
Depois de um breve período sem partido, Marcelo Ramos anunciou sua filiação ao PSD na última quinta-feira (3). O deputado federal deixou o PL em dezembro do ano passado, após a filiação do presidente Jair Bolsonaro, alvo de duras críticas do deputado ao longo de 2021.
Uma das principais críticas de Ramos ao governo federal é a forma como Bolsonaro conduziu as ações durante a pandemia. O parlamentar também é contrário à PEC (proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios e a outras medidas econômicas do governo de Bolsonaro.