Membros da comunidade científica vão ajudar no plano para reconstrução do RS
Fortes chuvas atingiram o estado nos meses de abril e maio deste ano, deixando 183 mortos, 28 desaparecidos e 806 feridos
Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília
Uma portaria desta segunda-feira (19) estabeleceu que membros da comunidade técnico-científica participarão da reconstrução do Rio Grande do Sul, destruído pelas enchentes no primeiro semestre. A ideia é que os profissionais auxiliem na realização de um diagnóstico preliminar e na identificação de vulnerabilidades para evitar riscos de desastres futuros. Para isso, o governo federal criou um GT (Grupo de Trabalho), que deverá se reunir em Porto Alegre ou por videoconferência, caso os membros estejam em outras regiões.
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O GT contará com a participação de dois representantes da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul e 14 membros da comunidade técnica, acadêmica e científica. O grupo se reunirá uma vez por semana, com reuniões extraordinárias, se necessário.
Um dos representantes da secretaria presidencial será o coordenador dos trabalhos. A participação será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada.
Objetivos
O GT deve prestar apoio ao governo federal para:
- Realizar um diagnóstico preliminar sobre as causas e consequências sociais e econômicas da calamidade pública, decorrentes dos eventos climáticos no Rio Grande do Sul;
- Analisar, sistematizar e elaborar propostas de linhas de pesquisa, estudos, projetos de extensão e propostas de políticas públicas para:
- Reduzir as consequências sociais e econômicas do estado de calamidade pública;
- Identificar vulnerabilidades para evitar riscos de desastres futuros.
- Analisar propostas de ação para o processo de reconstrução do Estado de forma ambientalmente sustentável, socialmente justa e economicamente viável.
Enchentes
As fortes chuvas atingiram o estado nos meses de abril e maio deste ano, deixando 183 mortos, 28 desaparecidos e 806 feridos. Os municípios atingidos somam 478 — 96% do RS — e cerca de 2,4 milhões de pessoas foram afetadas pelas fortes chuvas.
Relatório
Um documento divulgado pelo Senge-RS (Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul) aponta que a falta de manutenção e atualização das casas de bombas e comportas de Porto Alegre contribuiu para a extensão das enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul. O sistema de proteção da capital gaúcha conta com cerca de 60 quilômetros de diques e 23 casas de bombas, que também possuem comportas.
Agronegócio
Mais de 17 mil propriedades rurais foram atingidas pelas chuvas no Rio Grande do Sul. O governo estadual estima que a recuperação do solo custará mais de R$ 6 bilhões. O Rio Grande do Sul é um dos estados que mais colaboram com o agronegócio brasileiro. As safras de grãos e vegetais foram afetadas, e os impactos serão sentidos até a próxima temporada.