Um levantamento do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) mostrou que apenas 18,66% das Delegacias de Atendimento às Mulheres funcionavam 24 horas em 2022. O diagnóstico levou em conta instituições de segurança pública de todo o país, incluindo as unidades de atendimento. Em abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei que garante o funcionamento ininterrupto das unidades, inclusive aos domingos e feriados. A pesquisa, divulgada na quinta-feira (28), revelou que foram registradas 554.473 ocorrências de violência contra a mulher durante 2022. Desse total, 170.984 foram de ameaças. O estudo mostrou que existiam 490 delegacias especializadas no atendimento a vítimas de violência em todo o Brasil. Porém, 16% delas não realizavam atendimento em salas reservadas, e a principal autuação foi em casos de violência doméstica.• Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo Telegram • Assine a newsletter R7 em PontoConfira detalhes do 8º Diagnóstico Nacional das Unidades Policiais Especializadas em Atendimento à Mulher • 506 unidades especializadas em todo o país, sendo 490 delegacias, 11 postos de atendimento, 4 núcleos integrados e 1 delegacia online; • Apenas 19% das unidades contavam com atendimento 24 horas; • As principais ocorrências atendidas foram casos de violência doméstica, crimes sexuais, feminicídios e outros; • 275 unidades especializadas faziam o atendimento em salas reservadas em todos os casos, 119 na maioria das ocorrências e 27 utilizavam o atendimento privado na minoria dos casos. Em abril deste ano, Lula sancionou a lei que prevê o funcionamento ininterrupto das delegacias da mulher em todo o país. O texto foi publicado no Diário Oficial da União e é assinado também pelos ministros Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) e Aparecida Gonçalves (Mulheres). A norma já começou a valer. Pelo texto, as delegacias especializadas em atendimento à mulher vão funcionar todos os dias, 24 horas, inclusive em feriados e fins de semana. As unidades devem prestar ainda assistência psicológica e jurídica para as vítimas de violência.Leia mais: 'Apenas um em cada quatro casos de violência contra a mulher é levado à polícia', afirma delegada Nos municípios onde não houver delegacia especializada de atendimento à mulher, a delegacia existente deverá priorizar o atendimento de mulheres vítimas de violência por agente feminina treinada. Já neste ano, as principais denúncias recebidas pela Central de Atendimento à Mulher — Ligue 180 — foram de violência psicológica, física e patrimonial. Veja os números completos*: • Violência psicológica (72.993 denúncias); • Violência física (55.524 denúncias); • Violência patrimonial (12.744 denúncias); • Violência sexual (6.669 denúncias); • Cárcere privado (2.338 denúncias); • Violência moral (2.156 denúncias); • Tráfico de pessoas (41 denúncias).*Ligações recebidas pela central entre os meses de janeiro e outubro de 2023Saiba mais em: Entenda os tipos de proteção para mulheres vítimas de violência doméstica Os números também mostram que a maioria dos casos (73,86%) ainda ocorre na residência da vítima e de familiares, e que os estados com registro de maior número de denúncias contra atos que ferem os direitos das mulheres são São Paulo (22,26%), Rio de Janeiro (17,12%) e Minas Gerais (10,17%). Todas as ligações para o Ligue 180 são gratuitas, anônimas e recebem um número de protocolo que permite acompanhar o andamento diretamente pelo Ligue 180, por telefone fixo ou celular. Basta ligar para o número 180 para fazer o acompanhamento.