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R7 Brasília

Mesmo exonerado, Milton Ribeiro não ficará livre de investigações

Avanço das apurações do caso apontarão se inquérito continuará no Supremo Tribunal Federal ou seguirá para a primeira instância

Brasília|Rossini Gomes, do R7, em Brasília

Milton Ribeiro saiu do Ministério da Educação sob suspeita de tráfico de influência na pasta
Milton Ribeiro saiu do Ministério da Educação sob suspeita de tráfico de influência na pasta

As investigações contra o agora ex-ministro da Educação Milton Ribeiro não serão encerradas após a exoneração dele do cargo, que foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União desta segunda-feira (28). O R7 apurou com a PGR (Procuradoria-Geral da República) que o inquérito continua. O que mudará é se a apuração das denúncias permanecerá no STF (Supremo Tribunal Federal) ou se seguirá para a primeira instância.

"Via de regra, quando existe a prerrogativa do foro no tribunal superior [e o investigado perde o cargo], tudo que está em curso vai para a primeira instância ou para outra instância, se [o investigado] tiver ocupado outro cargo", explicou uma fonte da PGR. 

Foi o que aconteceu com os ex-ministros da Saúde, Eduardo Pazuello; do Meio Ambiente, Ricardo Salles; e da Educação, Abraham Weintraub. Eles respondiam a processos no STF, mas, após deixarem o comando das respectivas pastas, passaram a ser julgados em primeira instância.

"Quando tem inquérito em primeira instância, ele tramita entre o Ministério Público e a polícia. Só vai para o judiciário se tiver, por exemplo, um mandado de busca e apreensão ou de prisão preventiva. No restante dos casos, não passa pelo judiciário", acrescentou.


Cronologia da investigação

A crise na gestão de Milton Ribeiro à frente da Educação começou após o vazamento de um áudio no qual afirma que o governo federal deve priorizar, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, pedidos de liberação de verba feitos por pastores. Os religosos envolvidos no caso são Gilmar Silva Santos e Arilton Moura.

22 de março: parlamentares protocolaram uma representação contra o ministro e os pastores na PGR.


23 de março: a PGR enviou o caso ao STF (Supremo Tribunal Federal), pedindo a instauração de inquérito e que os suspeitos fossem ouvidos pela Polícia Federal.

24 de março: a ministra Carmén Lúcia atendeu ao pedido da PGR. Ela foi escolhida como relatora do caso por estar responsável também por petições apresentadas por parlamentares contra Milton Ribeiro.

25 de março: a Polícia Federal abriu o inquérito para investigar o caso.

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