O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios ofereceu denúncia contra o youtuber Klebim e outras nove pessoas suspeitas de integrar uma associação criminosa que praticava jogo de azar e lavagem de dinheiro, desde 2019, com sorteio de veículos por meio de rifas. O grupo ainda fazia, segundo as investigações, empresas de fachada e testas de ferro. O MP pediu a instauração de ação penal e a manutenção da decisão judicial que determinou o sequestro de bens e o bloqueio de valores de contas bancárias dos acusados.
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Segundo investigação da Polícia Civil, na Divisão de Repressão a Roubos e Furtos, o caso chegou à delegacia após denúncia de que o youtuber Kleber Moraes, o Klebim, fazia sorteios de carros não autorizados, sem recolher impostos e lavando o dinheiro com a compra de automóveis de luxo, registrados em nomes de laranjas e empresas de fachada. O esquema, de acordo com a polícia, "era altamente lucrativo e apurou-se que os criminosos movimentaram R$ 20 milhões em apenas dois anos".
Os agentes procuraram a Secretaria de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria, do Ministério da Economia, que é o órgão que autoriza sorteios. A pasta, no entanto, informou que as atividades promovidas por Klebim e pelas empresas vinculadas a ele não tinham autorização. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras, do Ministério da Justiça, ainda avaliou que havia movimentações atípicas nas contas do investigado e da empresa dele.
Klebim estava construindo mansão; veja fotos:
Youtuber Klebim estava construindo mansão no Park Way, no Distrito Federal
Somente entre novembro de 2019 e novembro de 2020, Klebim movimentou na própria conta corrente R$ 2,8 milhões, além de outras transações milionárias na conta corrente da empresa de que é dono. Segundo o Coaf, a movimentação financeira da empresa, que teria como atividade principal uma consultoria em publicidade, é superior à capacidade financeira declarada.
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A empresa de Klebim chegou a emitir notas fiscais de serviços de publicidade não prestados no montante de R$ 2,3 milhões para outra organização, valor que representou 99,9% das notas fiscais de entrada dela. Para os investigadores, isso reforça a tese de que ela foi criada para garantir “aparência de legalidade às transações” da empresa do youtuber.
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Segundo o Ministério Público, as investigações revelaram que em virtude do crescimento do montante angariado pelo grupo criminoso por meio da venda das rifas ilícitas, os denunciados pretendiam abrir mais empresas no nome de cada um deles, a fim de dificultar a identificação da origem e da natureza dos valores movimentados nas contas bancárias das pessoas jurídicas, que eram, em sua maioria, provenientes da prática do ilícito penal de jogo de azar.