Brasília Ministro da Casa Civil usa taxa de juros para justificar demora em investimentos

Ministro da Casa Civil usa taxa de juros para justificar demora em investimentos

Rui Costa se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira; segundo ele, o índice é o maior do mundo 

  • Brasília | Do R7, em Brasília

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, que criticou a taxa de juros no Brasil

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, que criticou a taxa de juros no Brasil

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, criticou nesta sexta-feira (10) a taxa de juros, atualmente em 13,75%, e afirmou que o Brasil tem o maior índice do mundo. Ele usou a alta taxa de juros para justificar a demora em "alavancar" investimentos. 

"Para viabilizar ainda mais rapidamente a volta do emprego e da renda, é [fundamental] a queda da taxa de juros, porque 13,75% não é fácil para colocar um projeto de PPP, de concessão, de pé, com essa taxa de juros. O Brasil, que precisa trabalhar, precisa produzir na indústria, precisa vender no comércio, está ansioso na expectativa de ver a taxa de juros se reduzir", afirmou.

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"Difícil imaginar uma taxa de retorno que consiga ficar de pé com quase 14% de juros. É a maior taxa de juros real do mundo. Não existe hoje país no mundo que pague maior juros que o Brasil. Então é só o que falta para alavancar os investimentos", completou. 

Recentemente, diversos membros do governo têm criticado a taxa de juros, que está em seu maior patamar dos últimos seis anos, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, cujo mandato vai até dezembro de 2024.

Em fevereiro, Campos Neto defendeu a autonomia do órgão e afirmou que quer, principalmente, desvencilhar o ciclo de política monetária do ciclo político, porque eles têm "diferentes lentes e interesses".

"Acho que é muito importante, por diferentes razões. A principal razão, no caso da autonomia do BC, é desconectar o ciclo de política monetária do ciclo político, porque eles têm diferentes lentes e diferentes interesses. Quanto mais independente você é, mais efetivo você é e menos o país vai pagar em termos de custo-benefício da política monetária”, disse.

Independência

Em 16 de fevereiro, Lula defendeu a revisão da autonomia do Banco Central. Ele disse que pode analisar a independência da instituição depois do término do mandato do presidente Roberto Campos Neto, que ficará à frente do órgão até o fim de 2024.

"Vamos ver qual é a utilidade que a independência do Banco Central teve para este país. Se trouxe para o país uma coisa extraordinariamente positiva, não tem problema nenhum ele ser independente. O que eu quero saber é o resultado. O resultado vai ser melhor? Um Banco Central autônomo vai ser melhor? Vai melhorar a economia? Ótimo. Mas, se não melhorar, nós temos que mudar", comentou o presidente em entrevista à CNN Brasil.

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