Ministro prevê custo de R$ 350 para conversor da TV 3.0 e avalia ajuda a famílias de baixa renda
Novo modelo garante imagens em alta qualidade, som imersivo em 3D e interatividade; Lula assinou decreto nesta quarta
Brasília|Do R7, em Brasília
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Em entrevista exclusiva à RECORD News nesta quarta-feira (27), o ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, afirmou que o preço dos conversores para a TV 3.0 pode ficar entre R$ 300 e R$ 350.
Ao apresentador Rafael Algarte, Siqueira Filho declarou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva estuda formas de auxiliar as famílias pobres a adquirir o aparelho.
“A expectativa é que [cada conversor] seja a partir de R$ 300, R$ 350, no primeiro momento, com expectativa de redução no preço, por conta do volume”, destacou, ao afirmar que há um estudo em andamento para avaliar a demanda pelos aparelhos e calcular o valor médio.
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Lula assinou na manhã desta quarta o decreto que regulamenta a TV 3.0 no Brasil (leia mais abaixo). A cerimônia ocorreu no Palácio do Planalto, com a presença do ministro.
À RECORD News, Siqueira Filho declarou que a aquisição dos equipamentos pelas famílias pobres é discutida dentro do governo.
“Como fazer para viabilizar os equipamentos para as famílias terem acesso”, comentou, ao citar o processo de construção e levantamento da demanda por regiões do Brasil.
“Também, com os investimentos feitos pelas emissoras, vamos definir como vai se tornar acessível para essa população”, acrescentou o ministro.
Ele explicou, ainda, que o formato atual não será substituído imediatamente.
“Vale ressaltar que as duas tecnologias vão trabalhar em paralelo nos próximos 15 anos”, calculou. “Quem tiver interesse para acessar já a tecnologia vai precisar, sim, de um conversor para que a TV, dentro da tecnologia atual, possibilite o acesso”, detalhou, ao ressaltar, porém, que o conversor não será essencial para o acesso à nova tecnologia.
“Não é condicionante. Caso o telespectador não tenha interesse em adquirir, a TV atual vai funcionar normalmente da mesma forma. [O conversor] é para o serviço adicional conectado à internet”, completou.
O acesso à internet, segundo o ministro, é necessário para os serviços adicionais, por meio de aplicativos. “A qualidade da imagem, do som, a TV 8K com a nova tecnologia já vai funcionar”, explicou.
“A partir do próximo ano, a própria indústria nacional vai se preparar para que as novas TVs já saiam da fábrica de acordo com a nova tecnologia”, previu Siqueira Filho.
“A partir de hoje, a indústria vai se estruturar, e as emissoras, se adequarem. A gente tem expectativa de, daqui a um ano, começar a operação, partindo dos principais centros do país. A partir do ano que vem, as TVs que chegarão no mercado terão essa opção com a nova tecnologia”, declarou o ministro.
Entenda
A fase preparatória para implementação da TV 3.0 está prevista para ser concluída em 2025, com as primeiras transmissões no primeiro semestre do ano que vem, nas grandes capitais. O processo de expansão até atingir a cobertura de todo o território nacional deve levar até 15 anos.
A política recebeu o investimento de R$ 7,5 milhões do governo. A maior eficiência na transmissão do serviço vai permitir a entrada de novos radiodifusores, tornando o setor mais democrático e acessível. Com o uso da internet, a TV 3.0 terá potencial de servir como ponto de acesso a serviços públicos digitais e como ferramenta de inclusão e participação social.
Um dos diferenciais é que a TV vai oferecer imagens em 4K e até 8K, som imersivo, maior interatividade e integração com a internet. O objetivo é oferecer uma experiência personalizada para os telespectadores, aproximando a TV aberta dos serviços de streaming.
O que prevê o decreto?
O decreto estabelece a adoção da tecnologia de transmissão do sistema ATSC 3.0, conforme recomendação do SBTVD (Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre).
O Fórum, criado para assessorar tecnicamente o governo brasileiro na implantação do serviço de TV digital no país, é uma entidade sem fins lucrativos que reúne representantes dos setores de radiodifusão, universidades, centros de pesquisa e desenvolvimento, além de fabricantes de televisores, transmissores e softwares.
Conforme o governo, o ATSC 3.0 é um conjunto de padrões que especifica um dos sistemas de transmissão digital mais avançados do mundo. Engloba camada física, transporte, áudio, vídeo, legendas, interatividade, mensagens de emergência, segurança e datacasting.
Também permite que as emissoras acompanhem as demandas do mercado e as evoluções tecnológicas. Caberá à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) o planejamento das faixas de frequência para garantir a transição tecnológica.
O decreto também contempla a implantação da Plataforma Comum de Comunicação Pública e Governo Digital, que integrará conteúdos de comunicação pública e informações governamentais.
O que muda com a TV 3.0?
A implementação da TV 3.0 será gradual e deverá ser concluída até a Copa do Mundo de 2026 nas principais cidades brasileiras. O modelo conecta a internet aos canais abertos, adotando formato semelhante ao existente em países como Japão e Coreia do Sul. Entre as inovações nacionais, o governo destaca o DTV Play, recurso que organiza canais em aplicativos.
“Será possível navegar entre a programação da emissora e conteúdos via internet diretamente pelo menu da TV, usando aplicativos, de forma semelhante às plataformas de streaming”, explica o professor e doutor em comunicação Paulo Henrique Almeida.
Entre as principais novidades, estão:
- Imagem em resolução 4K com HDR;
- Som de qualidade cinematográfica (áudio imersivo);
- Personalização do conteúdo conforme preferências do usuário;
- Recursos de acessibilidade aprimorados (como Libras e audiodescrição);
- Integração com a internet para consumo sob demanda e serviços interativos;
- Capacidade de segmentar transmissões por região e perfil.
Interatividade
Conforme o Ministério das Comunicações, o tipo de interação dependerá do provedor de conteúdo. Será possível, por exemplo, participar de enquetes, escolher câmeras em um reality show ou comprar produtos exibidos na tela.
Durante partidas de futebol, o telespectador poderá rever um lance polêmico com um clique no controle remoto — funcionalidade típica das plataformas de streaming, agora disponível na TV aberta.
O acesso à TV 3.0 será gratuito, mas inicialmente exigirá conversor, até que as televisões vendidas no Brasil estejam totalmente preparadas para o novo padrão.
Conteúdos pela TV
Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada em julho mostra que 53,5% dos usuários de internet no Brasil acessam conteúdos pelo aparelho de televisão.
O levantamento, realizado em 2024, aponta o celular como principal meio de acesso (98,8% dos entrevistados), seguido pela TV (53,5%). O uso do microcomputador caiu de 63,2% em 2016 para 46,2% em 2019, atingindo 33,4% em 2024 — o menor índice da série histórica.
Para o diretor do Departamento de Inovação, Regulamentação e Fiscalização da Secretaria de Radiodifusão do Ministério das Comunicações, Tawfic Awwad Junior, os números refletem uma tendência global e reforçam o potencial da TV 3.0.
Implantação gradual
Especialistas alertam para a complexidade da implementação da TV 3.0. Professor e pesquisador de cibernética e inteligência artificial, Romes de Araújo aponta que implantar uma nova estrutura de redes em um país com o tamanho continental do Brasil vai exigir um trabalho coordenado e eficiente, bem como investimentos por parte do governo.
“Em alguns casos, esse novo formato exigirá dos usuários a troca de aparelhos ou a compra de adaptadores, como na transição do sinal analógico para o digital”, explica.
Cenas de cinema
As tendências apontam para o crescimento contínuo de serviços de streaming, integração com dispositivos inteligentes e ampliação da produção de conteúdo original.
“Espera-se maior realismo nos conteúdos, com reprodução de cores mais precisas, nitidez em cenas de ação e som tridimensional, criando um entretenimento mais próximo do cinema”, ressalta Paulo Henrique Almeida.
Romes de Araújo destaca o potencial de consumo nos próximos anos, sobretudo pela gratuidade. “Com a TV 3.0, esse padrão de consumo característico da internet, mas pago, vai se encontrar com a oferta gratuita e o amplo alcance da TV. Será algo de altíssimo impacto em nossa economia, especialmente porque a TV 3.0 permite a personalização de anúncios, seja por região ou perfil do próprio telespectador”, prevê.
Perguntas e Respostas
Qual é o custo estimado dos conversores para a TV 3.0?
O custo dos conversores para a TV 3.0 pode variar entre R$ 300 e R$ 350, conforme afirmou o ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho.
O governo está considerando alguma ajuda para famílias de baixa renda?
Sim, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva está estudando formas de auxiliar as famílias de baixa renda na aquisição dos conversores.
Quando foi assinado o decreto que regulamenta a TV 3.0 no Brasil?
O decreto foi assinado na manhã de quarta-feira (27), no Palácio do Planalto.
Como o governo planeja viabilizar o acesso dos equipamentos para as famílias?
O ministro mencionou que o governo está discutindo como tornar os equipamentos acessíveis, considerando a demanda por regiões do Brasil e os investimentos feitos pelas emissoras.
As tecnologias atuais de TV serão substituídas imediatamente?
Não, as tecnologias atuais e a nova tecnologia da TV 3.0 funcionarão em paralelo pelos próximos 15 anos.
O conversor é essencial para acessar a nova tecnologia?
Não, o conversor não é essencial. Quem não tiver interesse em adquirir um conversor poderá continuar utilizando a TV atual normalmente.
Quais são os benefícios da nova tecnologia da TV 3.0?
A TV 3.0 oferecerá imagens em 4K e até 8K, som imersivo, maior interatividade e integração com a internet, proporcionando uma experiência personalizada para os telespectadores.
Quando está prevista a implementação da TV 3.0?
A fase preparatória para a implementação da TV 3.0 deve ser concluída em 2025, com as primeiras transmissões programadas para o primeiro semestre do próximo ano nas grandes capitais.
Qual é o investimento do governo para essa política?
O governo investiu R$ 7,5 milhões na política de implementação da TV 3.0.
Como a TV 3.0 pode impactar o setor de radiodifusão?
A maior eficiência na transmissão permitirá a entrada de novos radiodifusores, tornando o setor mais democrático e acessível, além de servir como ponto de acesso a serviços públicos digitais.
Quais inovações a TV 3.0 trará em relação à interação com o público?
A nova tecnologia permitirá interações como participação em enquetes, escolha de câmeras em reality shows e compras de produtos exibidos na tela, além de funcionalidades como rever lances polêmicos durante partidas de futebol.
O acesso à TV 3.0 será gratuito?
Sim, o acesso à TV 3.0 será gratuito, mas inicialmente exigirá um conversor até que as televisões vendidas no Brasil estejam totalmente preparadas para o novo padrão.
Quais são as tendências de consumo em relação à TV 3.0?
As tendências apontam para um aumento no consumo de serviços de streaming e uma maior integração com dispositivos inteligentes, além de uma ampliação na produção de conteúdo original.
Qual é a expectativa em relação ao impacto econômico da TV 3.0?
Espera-se que a TV 3.0 tenha um alto impacto econômico, especialmente pela gratuidade e pela possibilidade de personalização de anúncios, atingindo um amplo público.
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