A Justiça do Distrito Federal concedeu nesta quarta-feira (29) liberdade provisória para o motorista que dirigia bêbado na BR-020 quando atropelou e matou o ciclista Victor Aquino, de 18 anos, na segunda-feira (27). A decisão foi emitida em audiência de custódia, após o homem de 52 anos pagar fiança de R$ 1.000. Para os familiares, a sensação é de “impotência e impunidade”.O motorista deve cumprir agora medidas cautelares enquanto responde em liberdade, como comparecer a todos os atos do processo, não sair do DF por mais de 30 dias, a não ser caso autorizado pelo juiz, e não mudar de endereço. A CNH (Carteira Nacional de Habilitação) também foi suspensa por prazo indeterminado, até uma nova decisão do juiz.Familiares da vítima, no entanto, questionam a decisão. “A fiança foi menor do que o valor da multa da Lei Seca, é um absurdo”, lamentou Thaiane Aguiar, 30 anos, irmã de Victor. O valor da multa por dirigir sob efeito do álcool é de R$ R$ 2.934,70. “É uma sensação de impotência e impunidade. Ele [motorista] saiu com o pagamento de uma fiança no valor de R$ 1.000, o sentimento é que a vida do Victor não tem nenhuma importância, você pode matar alguém e pagar um valor irrisório e está tudo bem. Estamos desolados, sem conseguir acreditar em tudo que está acontecendo. Pedindo a Deus forças para enfrentar esse momento”, disse. O atropelamento aconteceu na última segunda-feira (27), por volta das 10h40, na BR-020, Km 29, na região de Planaltina-DF, sentido Formosa. O motorista, de 52 anos, disse não ter visto o ciclista, quando o atropelou e capotou o carro logo em seguida. O homem chegou a fazer o teste de etilômetro que indicou 0,51 mg/l de concentração por litro de sangue. Pela legislação, a partir de 0,34 mg/l já é considerado crime de trânsito.Victor chegou a ser atendido pelo Corpo de Bombeiros do DF, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local.