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Mulher, pobre, parda: conheça o perfil dos estudantes da rede federal de educação no país

Lula anunciou nesta semana a criação de 100 novos campi de institutos federais de educação, ciência e tecnologia até 2026

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Lula anunciou 140 mil novas vagas na rede
Lula anunciou 140 mil novas vagas na rede Ricardo Stuckert/PR - 12.03.2024

A rede federal de educação registrou 1.513.075 matrículas no ano base de 2022 no país. O número deve aumentar com a criação de 100 novos institutos federais, com a capacidade de 140 mil vagas, anunciada nesta semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um levantamento feito pelo R7,que traça um raio-x do sistema educacional brasileiro, mostra que mulheres, de classe baixa, pardas e na região Sul são o principal perfil dos estudantes.

Criada em 2008 pela Lei n.º 11.892, a rede federal de educação é reconhecida pela qualidade do ensino, pela diversidade de cursos e por sua atuação junto à população local. O sistema é composto por institutos federais de educação, ciência e tecnologia, universidades tecnológicas, centros federais de educação tecnológica, escolas técnicas vinculadas às universidades e as unidades do colégio Dom Pedro II.

Dados obtidos pela reportagem via Plataforma Nilo Peçanha apontam que 559.780 dos mais de 1,5 milhão de estudantes na rede federal são de qualificação profissional. Há também 525.606 alunos de ensino técnico. Os demais são divididos em bacharelado (141.085), licenciatura (106.850), ensino médio (6.691), mestrado (2.931) e doutorado (945).

A maioria dos alunos presentes na rede federal é composta de mulheres (820.332), contra 692.571 homens. Há pouco mais de 170 pessoas que não declararam o gênero, segundo a plataforma. Na questão racial, a maioria é parda: 544.184 mil estudantes – a lista segue com brancos (488.657), pretos (134.109), amarelos (15.460) e indígenas (6.994). Outros 323.671 não declararam.


O Sul é a região que concentra o maior número de estudantes: 501.963. Na sequência, vem Sudeste (374.301), Nordeste (357.525), Centro-Oeste (159.168) e Norte (120.118). Rio Grande do Sul é o estado com o maior número de alunos: 402.768, seguido de Minas Gerais (159.229). Roraima (6.601) e Amapá (6.641) são os locais com menos alunos.

A plataforma também apresenta dados sobre a renda familiar bruta das famílias. Pelo levantamento, 314.698 alunos vivem com até metade do salário mínimo per capita. São 254.214 estudantes viviam com até um salário mínimo e 203.287 com até um salário mínimo e meio. As informações seguem com 135.754 estudantes que vivem com até dois salários mínimos e meio, 62.906 entre dois e três salários mínimos e meio e 74.170 com mais de três salários mínimo e meio. Outros 468.046 não declararam a renda.


A rede federal de educação segue as determinações da Lei nº 12.711, com a reserva de 50% das vagas a alunos do ensino médio público que sejam matriculados em cursos regulares ou da educação de jovens e adultos. Metade das oportunidades é voltada para estudantes de escolas públicas com renda familiar bruta igual ou inferior a um salário mínimo e meio per capita. Também são levados em conta percentual mínimo correspondente ao da soma de pretos, pardos e indígenas no estado, de acordo com o último censo do IBGE.

Institutos federais

Lula anunciou nesta semana a criação de 100 novos campi de institutos federais de educação, ciência e tecnologia. A medida alcança todos os estados do país e gera 140 mil novas vagas, a maioria em cursos técnicos integrados ao ensino médio. Com a iniciativa, o país passa a contar com 782 unidades, sendo 702 campi de instituto federal.


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Serão investidos R$ 3,9 bilhões em obras por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Desse total, R$ 2,5 bilhões são para criar novos campi e R$ 1,4 bilhão para a construção de refeitórios, ginásios, bibliotecas, salas de aula e aquisição de equipamentos nas unidades já existentes, de acordo com o Palácio do Planalto.

O Nordeste é a região que receberá o maior número de novos institutos federais nesta fase de expansão. Serão 38 campi nos nove estados. O Sudeste, com 27 novos campi, aparece na sequência, seguido de Sul (13), Norte (12) e Centro-Oeste (10). Os dados foram repassados pelo Ministério da Educação.

"É proibido no meu governo falar que dinheiro de educação é gasto. Dinheiro da educação é o mais importante investimento que um país pode fazer. Gasto é dinheiro em cadeia. Gasto é a fortuna para combater a droga, o contrabando. Isso é gasto, mas educação, formar os nossos filhos, as nossas filhas, dá tranquilidade aos pais dentro de casa", disse Lula na ocasião.

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