Mulheres do DF têm mais risco de contrair dengue do que moradores de qualquer estado do Brasil
Taxa de incidência na população feminina do DF só é menor do que a da própria unidade da federação no total
Brasília|Do R7
A taxa de incidência de dengue em mulheres no Distrito Federal é de 9.019 casos a cada 100 mil habitantes, o que coloca a população feminina no DF com mais risco de pegar a doença do que a população de qualquer outro estado do país. Já os homens do planalto central, por sua vez, registram uma incidência de 8.067 por 100 mil habitantes.
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O DF têm o maior coeficiente de incidência da dengue do país desde o começo do ano, atualmente com 9.769. O estado que está em segundo lugar é Minas Gerais, com 8.259,7 por 100 mil habitantes — menor que a taxa das mulheres do DF. Paraná (5.643,2), Santa Catarina (4.805,3) e São Paulo (4.707,5) acompanham.
150 mil mulheres no Distrito Federal contraíram a doença, o que é mais da metade do total de casos (54,7%). Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica da SES (Secretaria de Saúde), não existe justificativa confirmada para a maior incidência da doença em mulheres, mas alguns estudos científicos apontam possíveis causas.
Os pesquisadores de um estudo publicado em 2016 descobriram que mulheres tendem a apresentar formas mais graves da dengue e eram mais propensas a procurar atendimento médico, o que poderia influencias uma percepção maior de casos. Um outro estudo de 2014 sugere que fatores biológicos, condições sociais e comportamento influenciam uma maior exposição de mulheres ao mosquito causador da doença, Aedes aegyti.
Essa tendência é válida para todo o país, que apresenta uma incidência da doença de 55% em mulheres, mais de 3,5 milhões de casos. Atualmente, o Brasil tem 6,4 milhões de casos prováveis da doença, com 5.174 mortes confirmadas e outras 2.036 em investigação. A taxa de incidência média do país é de 3.194,5 por 100 mil habitantes.
No Distrito Federal, a dengue é mais registrada em pessoas de 20 a 29 anos, seguidos por 40 a 49 anos. Ceilândia é a região administrativa com mais casos prováveis registrados (32.553), seguida por Samambaia (21.186), Santa Maria (16.497), Taguatinga (14.267) e Gama (11.778). 432 pessoas morreram por causa da doença em 2024, e mais de 313 mil casos são suspeitos.