Na COP27, Lula promete criar Ministério dos Povos Originários
Presidente eleito fez a promessa durante reunião com governadores dos estados da Amazônia Legal em evento no Egito
Brasília|Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prometeu aos governadores do Consórcio Amazônia Legal que vai criar o Ministério dos Povos Originários. O compromisso foi feito durante a primeira agenda de Lula na 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP27), em que ele recebeu a Carta da Amazônia dos governadores. O documento pede a cooperação entre os estados do consórcio e o governo federal.
"Saibam que vamos travar uma luta muito forte contra o desmatamento ilegal. É importante as pessoas saberem que nós vamos cuidar dos povos indígenas e, por isso, nós vamos criar o Ministério dos Povos Originários, para que a gente possa fazer com que eles não sejam tratados como bandidos", afirmou.
"Nós queremos dar cidadania às pessoas. Então pode estar preparado, porque nós vamos conversar com os governadores. Não queremos fazer nada sem conversar, sem acordar, mas nós vamos fazer aquilo que é preciso pela Amazônia, tudo o que a gente puder tirar de riqueza daquele ecossistema extraordinário, uma biodiversidade que nós ainda não conhecemos totalmente", completou.
Durante a campanha, Lula resistiu à pressão de apresentar nomes do ministeriado que vai formar a partir do ano que vem, mas informou que outras pastas devem ser criadas ou recriadas a partir de 2023.
Caso cumpra a promessa, o petista vai escolher ministros para pastas como da Mulher, da Segurança Pública, da Igualdade Racial, dos Povos Originários, da Cultura, da Pesca, do Planejamento, da Fazenda, da Indústria e do Desenvolvimento Agrário, além das que já existem na Esplanada dos Ministérios.
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A composição da Esplanada dos Ministérios com Lula no Palácio do Planalto deve aumentar dos atuais 23 ministérios para ao menos 33. Essa ainda é uma conta preliminar, e o número pode crescer até a posse do petista.
A ideia de Lula é desmembrar os gigantes da Esplanada e setorizar os temas, o que facilitaria a gestão no entendimento da equipe dele.
Lula também prometeu aos governadores do Consórcio Amazônia Legal que vai pedir ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que a COP de 2025 seja sediada na região amazônica.
No encontro, ele recebeu dos governadores uma carta em defesa da agenda comum regional para a transição climática, que foi lida pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). O documento pede a cooperação entre os estados do consórcio e o governo federal.