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Operador do PCC: veja quais os próximos passos após prisão na Bolívia

Tuta deve passar por audiência de custódia neste domingo, quando a Bolívia pode decidir por expulsar ele do país

Brasília|Thays Martins, do R7, em Brasília

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Tuta foi preso na sexta na Bolívia Divulgação/Fuerza Especial de Lucha Contra el Narcotráfico – 16.05.2025

Após mais de quatro anos foragido internacionalmente, o operador financeiro do PCC e braço direito de Marcola, Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, foi preso na sexta-feira (16) na Bolívia. O criminoso foi condenado no Brasil a 12 anos e meio de prisão e a Polícia Federal quer que ele cumpra aqui a prisão. Por enquanto, Tuta está preso em Santa Cruz de la Sierra, cidade a pouco mais de 800 km da capital boliviana La Paz. A expectativa é que ele passe por um audiência de custódia neste domingo (18), quando deve ser decidido ou por sua expulsão do país ou que ele permaneça preso por lá.

As autoridades brasileiras trabalham com as duas hipóteses. O Brasil e a Bolívia têm acordo de extradição, por isso, há a expectativa que o país sul-americano expulse Tuta de seu território. Caso seja esse o caminho adotado pela Bolívia, o processo, segundo o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, será muito rápido. “Estimamos que o prazo é curtíssimo, eu diria quase que imediato ou dias para isso ser concretizado”, disse durante coletiva de imprensa, no sábado (17).


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Mas, caso a Bolívia entenda que Tuta precisa ficar no país para responder pelo crime de uso de documento falso, o Brasil entrará com o pedido de extradição. Segundo o chefe do escritório nacional da Interpol no Brasil, delegado Fábio Mertens, esse processo pode demorar até seis meses, a depender da tramitação no judiciário boliviano. “Existem diversas autoridades brasileiras já empenhadas em fazer o processamento do caso, tanto no Brasil quanto na Bolívia para fazer com que ele retorne ao território nacional mais rápido possível”, destacou em entrevista à RECORD.

De qualquer forma, Andrei Rodrigues disse que o processo respeitará a soberania da Bolívia. “Nós aguardaremos as autoridades bolivianas com com o respeito que temos a soberania do país para decidir a respeito das possibilidades jurídicas de acordo com os seus regulamentos”, disse.


Brasil pode ir buscar Tuta

Segundo Andrei Rodrigues, o Brasil já está com uma equipe preparada para ir buscar Tuta na Bolívia. No entanto, como esse transporte será feito, se por via aérea ou terrestre ainda não foi definido. Também existe a possibilidade que o governo boliviano traga Tuta até a fronteira com o Brasil.

“As nossas equipes, na verdade, tanto da área de cooperação internacional, quanto o nosso grupo tático, quanto o nosso grupo de aviação e as nossas aeronaves, já estão prontas para saírem daqui de Brasília, assim que tiver a confirmação dos dados da informação para a gente fazer, eventualmente, se for o caso de expulsão, fazer essa transferência do preso para o presídio de destino”, explicou.


Tuta ficará em presídio federal

Na coletiva, o diretor-geral da PF também confirmou que Tuta ficará em um presídio federal ao chegar ao Brasil, ou seja, uma penitenciária de segurança máxima, assim como está Marcola. No Brasil, há cinco unidades do tipo: Brasília, Porto Velho, Campo Grande, Mossoró (RN) e Catanduvas (PR). Atualmente, Marcola está em Brasília. Tuta, no entanto, ainda não tem um destino definido.

Nos presídios federais ficam presos considerados de alta periculosidade. O sistema tem o intuito de combater o crime organizado, isolando as lideranças criminosas.


Como foi a prisão

Tuta foi preso ao tentar renovar seu documento de permanência na Bolívia. Ele usava um RG brasileiro falso em nome de Maycon da Silva. O policial responsável por conferir a documentação constatou por meio de um banco de dados que o documento era falso e acionou as autoridades brasileiras.

A Polícia Federal, por meio de registros biométricos, então, foi capaz de constatar que a pessoa, na verdade, era Marcos Roberto de Almeida. Ele estava na lista vermelha da Interpol desde o fim de 2020.

Tuta, possível substituto de Marcola no comando do PCC, apresentou documento falso na Bolívia Reprodução/RECORD

Quem é Tuta e qual a ligação dele com Marcola

Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, era considerado como a pessoa mais importante do PCC (Primeiro Comando da Capital) que ainda não tinha sido preso. Segundo o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) ele era o operador financeiro da facção. Ele foi condenado a 12 anos e meio de prisão pela 1ª Vara de Crimes Tributários por associação criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo a investigação, ele teria movimentado mais de R$ 1 bilhão no mundo do crime.

Tuta é apontado como possível sucessor de Marcola, líder do PCC e preso desde 1999. Desde 2023, Marcola está em Brasília, onde cumpre pena de mais de 300 anos de prisão.

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