O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), comemorou a conclusão das negociações do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, nesta sexta-feira (6). Negociado há mais de 20 anos, o tratado vai formar uma das maiores áreas de livre comércio do planeta, com quase 720 milhões de pessoas, 20% da economia global e 31% das exportações mundiais de bens. Agora, começa a fase do processo de preparação da assinatura do acordo.“O pacto histórico inaugura a possibilidade do engrandecimento singular das relações comerciais entre os países integrantes dos blocos, elevando as interações a um novo patamar de desenvolvimento. A iniciativa também tem capacidade de impactar de maneira positiva em outras áreas em benefício das populações dos países envolvidos”, disse Pacheco.O senador mineiro destacou que, em vários encontros durante sua gestão à frente do Senado, sempre demonstrou “apoio e o empenho do Parlamento brasileiro para a concretização do acordo”.O anúncio da conclusão do acordo ocorreu pouco antes da 65ª Cúpula dos Chefes de Estados do Mercosul e Estados Associados, em Montevidéu, no Uruguai. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, havia desembarcado na América Latina durante a semana, o que elevou a expectativa de finalização das negociações comerciais.A presidente da Comissão Europeia usou as redes sociais para afirmar que o acordo é uma vitória para a Europa. “30 mil empresas europeias já exportam para o Mercosul. Muitas mais vão seguir [esse caminho]. [O acordo] União Europeia-Mercosul reflete os nossos valores e o nosso compromisso com a ação climática. E nossos padrões de saúde e alimentação permanecem intocáveis”, disse.Do lado do Mercosul, o presidente do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou, ressaltou a importância da unidade. “É muito visível que no Mercosul nem todos tenham a mesma ideologia. É muito visível também que se colocarmos alguns temas na mesa certamente haverá nuances e diferenças. Todos sabemos quão fácil é destruir e quão difícil é construir. A nossa responsabilidade, enquanto presidentes dos nossos países, é justamente deixar de lado o que não une, os desacordos e ficarmos firmes naquilo que nos une”, afirmou.Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia compõem o Mercosul. A Venezuela está suspensa do grupo desde agosto de 2017, em reação ao regime ditatorial de Nicolás Maduro.A Bolívia ingressou no Mercosul neste ano, e o bloco passou a representar 73% do território da América do Sul (13 milhões de km²), 65% da população do continente (cerca de 300 milhões de pessoas), e 70% do PIB regional (US$ 3,5 trilhões).