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R7 Brasília

Petrobras diz que está ‘otimista’ com eventual perfuração de petróleo na Foz do Amazonas

Técnicos do órgão trabalham em resposta que será enviada ao Ibama, após solicitação de detalhamento da medida

Brasília|Plínio Aguiar e Bruna Lima, do R7, em Brasília

Margem Equatorial se estende do Rio Grande do Norte até o Amapá Petrobras/Divulgação

Os técnicos da Petrobras estão detalhando os questionamentos feitos pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial, que se estende pelo litoral do Rio Grande do Norte ao Amapá. O tema causa divergência entre integrantes do governo. Em nota enviada à reportagem, o órgão afirmou que “está otimista” com a medida.

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Segundo o comunicado, a Petrobras “está otimista e segue trabalhando na construção da nova unidade de fauna no Oiapoque, com o entendimento que é possível realizar a APO para a obtenção da licença para a perfuração em águas profundas no Amapá”.

“A Petrobras tomou conhecimento da resposta do Ibama e considera que houve um importante avanço no processo de licenciamento do bloco FZA-M-59, Amapá Águas Profundas. Remanesce pedido de detalhamentos do Plano de Proteção à Fauna e da nova base de Fauna do Oiapoque. A equipe técnica da Petrobras está detalhando cada questionamento para responder ao IBAMA”, disse o órgão.

No último dia 25, o Ibama negou pedido e enviou um ofício em que solicita mais informações acerca do plano da Petrobras de proteção de atendimento à fauna oleada, relativo ao licenciamento ambiental da perfuração marítima do bloco FZA-M-59, na bacia da Foz do Amazonas.


De acordo com parecer do órgão, os técnicos solicitaram mais detalhes pontuais para a adequação do plano, como a presença de veterinários nas embarcações e quantitativo de helicópteros para atendimento de emergências. “O Ibama reitera seu compromisso com a proteção ambiental, garantindo que todas as atividades de exploração atendam aos critérios técnicos e científicos para minimizar os impactos ambientais”, acrescenta.

A margem equatorial engloba as bacias hidrográficas da foz do Rio Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar. É uma região geográfica considerada de grande potencial pelo setor de óleo e gás. A Petrobras, em seu plano estratégico 2024-2028, previu investimentos de US$ 3,1 bilhões para pesquisas na localidade, com expectativa de perfurar 16 poços ao longo desses quatro anos.


Em junho deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a exploração na margem. De acordo com ele, o governo federal não pode “jogar fora nenhuma oportunidade de fazer esse país crescer”. “É importante ter em conta que nós, na hora que começar a explorar a chamada margem equatorial, nós vamos ter um salto de qualidade extraordinário. Queremos fazer tudo legal, respeitando o meio ambiente, respeitando tudo, mas não vamos jogar fora nenhuma oportunidade de fazer esse país crescer”, afirmou.

Atrito no governo

Em maio do ano passado, o Ibama negou pedido da Petrobras para atividade de perfuração marítima na Bacia da Foz do Rio Amazonas, sob a alegação de que a companhia não havia conseguido comprovar a proteção da diversidade biológica e a segurança de comunidades indígenas da região. Nessa região há a expectativa de grandes reservatórios, como os encontrados na Guiana e no Suriname.


Na época, a Petrobras solicitou a reconsideração da análise. Em agosto de 2023, a AGU (Advocacia-Geral da União) divulgou parecer técnico favorável à exploração. O documento colocou em posições opostas o Ministério de Minas e Energia, favorável à exploração, e a pasta do Meio Ambiente e Mudança do Clima, de Marina Silva. A ministra é contrária à exploração de petróleo na região.

No final de setembro, o Ibama concedeu licença ambiental para a Petrobras perfurar uma outra bacia, no litoral do Rio Grande do Norte e Ceará. Sobre a Bacia da Foz do Amazonas, ainda não houve uma resolução definitiva e segue sob impasse.

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