Petrobras vai atuar no esvaziamento de diques em enchente no Rio Grande do Sul
Desastre no estado já deixou 161 mortos e 806 feridos; 85 pessoas estão desaparecidas
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
A Petrobras vai atuar no esvaziamento dos diques e das áreas alagadas pelas fortes chuvas e enchentes que atingem o Rio Grande do Sul. A informação foi confirmada pelos ministros Paulo Pimenta (Reconstrução do RS) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) na tarde desta terça-feira (21), em coletiva de imprensa sobre as ações do Executivo em relação à tragédia do estado.
LEIA MAIS
A atuação da estatal no Rio Grande do Sul é mediada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O desastre no estado já deixou 161 mortos e 806 feridos, segundo o balanço mais recente da Defesa Civil local, divulgado às 9h desta terça (21). Outras 85 pessoas estão desaparecidas e 581.633, desalojadas — das quais 72.561 estão em abrigos. As forças de resgate já salvaram 82.666 gaúchos e 12.358 animais. No total, cerca de 2,3 milhões de cidadãos foram afetados pela tragédia, em 464 municípios, 93% do estado.
“Hoje conversamos com o ministro Silveira, para que a gente possa tentar buscar também apoio da Petrobras para ampliar capacidade de trabalho para retirada dessa água”, destacou Pimenta, ao comentar sobre as bombas d’água da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo) usadas para esvaziar os diques inundados no Rio Grande do Sul. O R7 questionou a Petrobras sobre quais máquinas serão usadas no estado e a partir de quando, mas não recebeu retorno até a última atualização deste texto.
Dois conjuntos estão sendo transportados pela Força Aérea Brasileira para Canoas, e outros 14 serão levados para Canoas e Porto Alegre com o apoio do Exército Brasileiro. pic.twitter.com/5tj94wkAFh
— Sabesp (@sabesp) May 17, 2024
A expectativa é que todas as 18 ferramentas disponibilizadas pela empresa paulista cheguem ao RS até esta quarta (22). Sete equipamentos já estão no estado — dois em operação e outros cinco em instalação. “Uma das questões centrais hoje para o nosso trabalho é tirar essa água. Praticamente tudo que nós temos que fazer daqui para a frente depende de tirar a água, como saber a situação dos imóveis. Por si só, essa água leva muito tempo para sair, então precisamos de um trabalho forte e intenso”, explicou Pimenta. “Todas as bombas que vieram foram transportadas pelas Forças Armadas — ou pelo Exército ou pela FAB (Força Aérea Brasileira). São bombas enormes, que exigem logística de transporte, e vem desmontadas, tem que montar e colocar em operação”, completou.
Segundo Waldez Góes, depois que as ferramentas da Sabesp estiverem no Rio Grande do Sul, as bombas d’água do Ceará e de Alagoas serão enviadas ao estado. “A primeira bomba, logicamente que nunca tinham feito isso, levaram 10 horas para organizar a logística, botar a bomba dentro do avião e trazer para Porto Alegre. A segunda levou só 3 horas. Vai diminuindo o tempo porque vai tendo governança da situação já aprimorada. Sempre uma situação nova requer todo um desenvolvimento de planejamento e expertise nova, mesmo sendo as Forças Armadas”, comentou o titular da Integração e do Desenvolvimento Regional.