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PF busca sangue e digitais na lancha usada por suspeito de desaparecimento na Amazônia

Peritos usam luminol para tentar encontrar vestígios de amostra biológica e digitais de indigenista e jornalista desaparecidos

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

O jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista Bruno Araújo
O jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista Bruno Araújo O jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista Bruno Araújo

A Polícia Federal informou nesta quinta-feira (9) que busca vestígios de material genético na lancha usada por Amarildo da Costa de Oliveira, preso por suspeita de envolvimento no desaparecimento do indigenista da Funai (Fundação Nacional do Índio) Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips no Amazonas. 

"Com o uso de luminol, as equipes investigam a possibilidade da existência de vestígios de amostra biológica e digitais deixados na lancha tanto pelo suspeito quanto pelos tripulantes", informou a PF.

Leia também: Polícia prende homem que ameaçava indígenas durante busca por ativista e jornalista

Amarildo, conhecido como "Pelado", é pescador e foi preso na quarta-feira (8) com munição de uso restrito, chumbinhos e uma substância entorpecente. Ele nega qualquer relação com o sumiço dos dois homens.

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O desaparecimento

Terra Indígena Vale do Javari
Terra Indígena Vale do Javari Terra Indígena Vale do Javari

Bruno e Dom estão desaparecidos desde o domingo (5) no entorno da Terra Indígena Vale do Javari. Eles saíram de Atalaia do Norte para visitar a equipe de vigilância indígena do lago do Jaburu na sexta-feira (3) e deveriam ter voltado ao município no domingo pela manhã, o que não aconteceu.

Os dois viajavam em uma embarcação nova, com 70 litros de gasolina — o suficiente para o percurso — e sete tambores vazios de combustível. Por volta das 6h do domingo, eles chegaram à comunidade São Rafael, onde encontrariam uma liderança local. Sem conseguirem falar com o morador, decidiram voltar a Atalaia do Norte, viagem que deveria durar cerca de duas horas. Contudo, não chegaram à cidade.

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O Vale do Javari é palco de conflitos que envolvem garimpo, extração de madeira, pesca ilegal e narcotraficantes. Com 8,5 milhões de hectares, a terra indígena fica localizada no extremo oeste do Amazonas, na fronteira com o Peru, e abriga ao menos 14 grupos isolados — a maior população indígena não contatada do mundo. A área é a segunda maior terra indígena do país — atrás apenas da Yanomami, com 9,4 milhões de hectares — e tem acesso restrito, feito apenas por avião ou barco, já que a região não tem eixos rodoviários nem ferroviários próximos.

Alvo de ameaças por parte de madeireiros e garimpeiros do local, Bruno é indigenista especializado em povos indígenas isolados e conhecedor da região, onde foi coordenador regional por cinco anos. De acordo com a Univaja (União das Organizações Indígenas do Vale do Javari), o indigenista foi intimidado dias antes da viagem na companhia do jornalista freelancer do britânico The Guardian.

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Já Phillips mora em Salvador, na Bahia, e faz reportagens sobre o Brasil há 15 anos para o New York Times e o Washington Post, bem como para o Guardian.

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Segundo informações divulgadas pelo jornal The Guardian, a embaixada britânica no Brasil também acompanha o caso. "O Guardian está muito preocupado e busca urgentemente informações sobre o paradeiro e as condições de Phillips. Estamos em contato com a embaixada britânica no Brasil e autoridades locais e nacionais para tentar apurar os fatos o mais rápido possível", diz a nota.

A operação em busca dos desaparecidos conta com o apoio de Exército, Marinha, SSP-AM (Secretaria de Segurança Pública do Amazonas) e PF (Polícia Federal). Cerca de 250 pessoas estão trabalhando no caso, entre elas militares especialistas em operações em ambiente de selva que conhecem o local das buscas, além de duas aeronaves, três drones e 20 viaturas que foram deslocadas para o município para auxiliar nas investigações.

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