PF faz operações contra crimes eleitorais às vésperas da abertura das urnas
Polícia Federal agiu em pelo menos 4 estados para interromper crimes eleitorais: Rio de Janeiro, Sergipe, Mato Grosso e Amazonas
Brasília|Do R7
A Polícia Federal deflagrou operações em pelo menos quatro estados, entre a tarde de quarta-feira (2) e a manhã desta quinta-feira (3), às vésperas das eleições municipais de 2024. Entre os crimes investigados estão cooptação de pessoas para alistamento eleitoral ou mudança de domicílio eleitoral; compra de votos; caixa 2; e corrupção eleitoral.
Com o apoio do Ministério Público Eleitoral (MPE), a PF cumpriu seis mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Juízo da 105ª Zona Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro, em residências localizadas nos municípios de Itaguaí, Santa Cruz e na cidade do Rio de Janeiro. Houve também o sequestro de bens e valores incompatíveis com a renda do investigado.
Segundo a Operação Nômade Eleitoral, um candidato a vereador e os cabos eleitorais entregavam a eleitores comprovantes de residência falsos e ofereciam vantagens econômicas se eles alterassem o domicílio eleitoral para Itaguaí.
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Alguns investigados estiveram no cartório do Juízo da 105ª Zona eleitoral, em Itaguaí, pagando multas eleitorais dos supostos eleitores “comprados”. Os suspeitos devem responder por organização criminosa, crime de inscrição fraudulenta, oferecimento de vantagem ilícita em troca de voto e corrupção de menores.
Já em Lagarto (SE), a Operação Listagem teve como alvo suspeitos de comprar votos. O único mandado de busca e apreensão foi cumprido em uma casa na zona rural da cidade. A investigação começou após o MPE receber denúncias de outros eleitores. Então, procuradores e policiais descobriram listas com nomes e o suposto esquema.
A PF também agiu em Sinop (MT), na tarde de quarta-feira (2). Um candidato à Prefeitura recebeu os policiais em sua casa com mandado de busca e apreensão requerido pelo MPE e expedido pelo Juízo da 22ª Zona Eleitoral. No local funcionava um comitê não oficial de campanha, com registros de contabilidade e mídia digital.
No momento em que chegaram à residência, um cabo eleitoral estava fazendo o pagamento de R$ 2,5 mil em espécie para uma pessoa. A colaboradora seguiu para a Delegacia da PF em Sinop. As suspeitas são de falsidade ideológica eleitoral e caixa 2.
Violência e espionagem em Parintins
Por fim, em Parintins (AM), a PF deflagrou a Operação Tupinambarana Liberta. Cerca de 50 policiais federais cumprem cinco mandados de busca e apreensão.
“O objetivo da operação é desarticular associação entre membros de facção criminosa e agentes públicos, os quais entraram em conluio visando a prática de crimes eleitorais em prol de uma candidatura na cidade de Parintins (AM). A investigação demonstrou que foram utilizadas estruturas de estado, inclusive, de forças policiais para benefício de uma chapa concorrente à Prefeitura de Parintins”, aponta documento da PF.
A situação é tão complicada que Superintendência Regional da Polícia Federal providenciou mais homens para o município, a fim de garantir a segurança no dia da votação.
Essa investigação específica começou depois que o MPE em Parintins recebeu denúncias de que de líderes comunitários ligados a uma facção criminosa nacional de tráfico de drogas proibiam a entrada de candidatos a alguns bairros. Além disso, agentes públicos estariam fazendo “corpo mole” para impedir tais ações. O grupo criminoso também promoveriam espionagem de um grupo político e até da própria PF.