Polícia identifica carro que teria sido usado para sequestrar empresário no Distrito Federal
Investigações sugerem que Daniel Carvalho, de 31 anos, teria sido morto e transportado no veículo para local ainda desconhecido
Brasília|Karla Beatryz*, do R7, em Brasília
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) encontrou o carro supostamente utilizado no sequestro do empresário Daniel Carvalho da Silva, desaparecido há um mês e 20 dias. O veículo pertence a Rinaldo Marcio de Oliveira e era utilizado por ele e pela esposa. Segundo os peritos da PCDF, no interior do carro, havia pertences pessoais da vítima, além de manchas de sangue no assoalho e banco traseiro.
Os especialistas afirmaram que realizaram exames, coletaram os vestígios necessários e concluíram que o sangue era mesmo do empresário. O laudo pericial atestou, ainda, que as manchas não eram compatíveis com ferimentos sofridos dentro do carro. Isso sugere que Daniel teria sido morto em outro lugar e transportado no veículo para local ainda desconhecido.
A polícia acredita que o empresário tenha sido enterrado em alguma área de mata, na região de Goiás. De acordo com as investigações, o crime teria sido premeditado. “Hoje, a polícia pode dizer com convicção que o crime foi muito planejado e que vítima e o líder dos sequestradores se conheciam. Por isso, não teria como ele sair vivo desse sequestro”, afirmou o delegado André Leite, da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) da PCDF.
Investigações
Segundo as investigações, o principal suspeito de liderar o sequestro do empresário é Benevaldo Barbosa, de 39 anos. Conhecido como Bené, o homem realizava trabalhos de musicalização com crianças especiais, o que surpreendeu a investigação pelo perfil do suspeito. “Ele aparentava ser uma pessoa acima de qualquer suspeita, mas se mostrou extremamente frio e sem qualquer tipo de remorso”, afirma a polícia.
Três pessoas envolvidas no crime foram presas, incluindo o irmão de Bené. Rinaldo Marcio, proprietário do carro usado no crime, ainda está foragido. Ele possui dois mandados de prisão. Um pelo sequestro e morte de Daniel Carvalho e outro por um homicídio cometido em junho deste ano, no Gama.
A esposa de Rinaldo chegou a ser presa por receptação, pelo fato de ter em sua casa objetos que pertenciam à vítima, mas acabou sendo solta na audiência de custódia.
As investigações continuam para identificar as pessoas beneficiadas pelos R$ 130 mil sacados da conta da vítima. De acordo com a PCDF, todas as pessoas que receberam algum valor relacionado ao dinheiro que pertencia à vítima poderá responder como participante do crime.
Relembre o caso
*Estagiária sob supervisão de Fausto Carneiro.