A Polícia Civil do Distrito Federal em parceria com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) resgatou nesta quarta-feira (12) 125 animais vítimas de maus-tratos em uma zona rural da capital do país. A operação foi realizada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais na região do Caub 1, no Riacho Fundo.O local antes funcionava como uma fazenda de criação de animais, mas estava desativado. Segundo as equipes, o cenário era de “extremo sofrimento animal” e o estabelecimento era conhecido como “fábrica de filhotes”. A polícia identificou várias baías e canis “imundos”, com cães da raça Spitz Alemão, Pastor Belga e Golden Retriever mantidos em condições “degradantes”. Os animais estavam cercados por fezes secas, sem água e alimentação e expostos a doenças. Dentro de residências na propriedade, a polícia encontrou outros cães trancados em cômodos escuros e úmidos, sem ventilação adequada, além de filhotes presos em gaiolas cobertas por panos, impedindo a entrada de luz. Além dos cães, gatos também foram encontrados em ambientes insalubres, magros e debilitados. Um dos casos mais graves envolveu uma gata presa dentro de um compartimento fechado com arame, junto de seus quatro filhotes recém-nascidos. A mãe, extremamente debilitada e sem acesso à água e alimento há vários dias, não tinha forças para se levantar ou se alimentar, comprometendo a sobrevivência dos filhotes. Os animais foram resgatados às pressas e encaminhados a um hospital veterinário para atendimento emergencial. Após os cuidados iniciais, foram apreendidos e deixados em depósito com uma ONG, que acompanhará o processo de recuperação.A fiscalização também encontrou equinos em estado de extrema magreza, apresentando ferimentos graves nas patas e pelo corpo. Um filhote de cavalo mal conseguia caminhar devido a uma lesão severa. Mais à frente, um búfalo foi localizado deitado ao solo, visivelmente desnutrido e debilitado, amarrado pelo focinho com uma corda que restringia seus movimentos e o impedia de acessar água e alimento.As equipes resgataram duas araras e inúmeras calopsitas em situação de abandono, sem acesso a água ou comida. Algumas calopsitas já estavam mortas dentro do recinto.As seis pessoas presas, cinco mulheres e um homem, respondem pelo crime de maus-tratos a animais com pena que pode chegar a cinco anos de prisão, com multa e sanções previstas na legislação ambiental.