Em seu primeiro discurso como presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) defendeu, neste sábado (1°), a democracia e o equilíbrio entre os Três Poderes da República. Durante sua fala, ele parafraseou, em diversos momentos, grandes declarações do presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Ulysses Guimarães, como “tenho ódio e nojo a ditadura”.“A praça, sempre lembremos, é dos três e não de um nem de dois poderes. E quando não é dos três não é a praça da democracia. E todos defendemos a democracia porque sem democracia este livro (segura a constituição) não é a Constituição, não é a civilização. É um pedaço de papel, é letra morta. E vamos lutar pela Constituição”, disse Motta.Motta destacou ainda que “ninguém é dono da Constituição” e que todos devem obediência à Carta Magna. “A democracia não tem dono. Somos todos donos da democracia. Porque se a democracia tem um dono, a democracia não é de ninguém. Democracia só é democracia se é de todos”, continuou.O novo presidente da Câmara ressaltou que os Poderes possuem a obrigação não apenas de serem independentes, mas de zelarem pela harmonia, que pode ser a “autocontenção”.“Nenhum Poder pode tudo. Todos, somente todos, podem representar na totalidade a democracia, sem harmonia a democracia pode ser irremediavelmente fraturada. Serei um guardião da independência e uma sentinela permanente pela harmonia”, complementou.Há alguns minutos, ele foi eleito, pela primeira vez, para comandar a Casa, por 444 votos a favor. Ele se tornou o presidente mais jovem a assumir o posto, aos 35 anos.Ainda em sua fala, Motta pediu transparência nas contas públicas e a responsabilidade fiscal para conter a inflação.“Nada pior para os mais pobres do que a inflação, a falta de estabilidade na economia e a estabilidade é o resultado de um conjunto conhecido e consensual de medidas de responsabilidade fiscal”, ressaltou.“Não se apaga fogo com gasolina. Não existe uma nova de matriz de combate ao incêndio. E o nosso dever é apagá-lo pelo bem do povo brasileiro. Não há democracia com caos social, não há estabilidade social com caos econômico”, complementou.