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Presidente do PSDB diz que prévias serão respeitadas e que Doria é o candidato do partido

Bruno Araújo enviou carta a membros do partido dizendo que governador tem a legenda para disputar a Presidência da República

Brasília|Lucas Nanini e Christina Lemos, do R7, em Brasília

O presidente do PSDB, Bruno Araújo, entre Eduardo Leite e João Doria, após prévias do partido
O presidente do PSDB, Bruno Araújo, entre Eduardo Leite e João Doria, após prévias do partido

O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, encaminhou nesta quinta-feira (31) uma carta aos filiados, autoridades e demais membros do partido afirmando que o governador de São Paulo, João Doria, segue como candidato da legenda à Presidência da República, conforme decidido nas prévias realizadas no ano passado. A comunicado foi enviado após a divulgação de que Doria deve desistir de concorrer ao Palácio do Planalto nas eleições de outubro deste ano.

“Venho por meio desta reafirmar que o candidato a presidente da República pelo PSDB é o governador do estado de São Paulo, João Doria, escolhido democraticamente em prévias nacionais realizadas em novembro de 2021. As prévias serão respeitadas pelo partido. O governador tem a legenda para disputar a presidência da República. E não há, nem haverá, qualquer contestação à legitimidade de sua candidatura pelo partido”, escreveu Araújo.

O comunicado é primeiramente endereçado ao presidente do PSDB em São Paulo, o secretário de Desenvolvimento Regional de SP, Marco Vinholi, mas também tem como destinatários todos os presidentes de diretórios estaduais, os governadores eleitos pelo partido, as bancadas da legenda na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e nas assembleias dos estados e também a Executiva Nacional.

“Aproveito a oportunidade para reafirmar o compromisso do PSDB com o processo democrático brasileiro. O PSDB é consciente de seu protagonismo em contribuir com o fim da polarização hoje existente no Brasil”, prossegue o texto.


As prévias serão respeitadas pelo partido. O governador tem a legenda para disputar a presidência da República. E não há%2C nem haverá%2C qualquer contestação à legitimidade de sua candidatura pelo partido

(Bruno Araújo, presidente do PSDB)

No início da tarade, o presidente do PSDB se dirigiu a São Paulo para uma maratona de reuniões. O objetivo é diminuir a crise interna no partido e se antecipar aos próximos movimentos de Doria. O senador Tasso Jereissati, que comanda a ala favorável a Eduardo Leite, está nos Estados Unidos e já foi comunicado dos acontecimentos pela assessoria.

Lideranças do PSDB durante prévias realizadas em novembro, em Brasília
Lideranças do PSDB durante prévias realizadas em novembro, em Brasília

Saída de Doria

Vencedor das prévias do PSDB, em novembro do ano passado, o governador João Doria deve anunciar a desistência de disputar a Presidência da República nas eleições 2022 pelo partido. Ele tinha uma série de compromissos que foram cancelados de última hora.


Por meio de nota, a assessoria de imprensa do governo de São Paulo informou que "ao contrário do previsto anteriormente, o governador não irá mais até o Edifício-Monumento do Novo Museu do Ipiranga, ao Parque da Cidadania em Heliópolis e à B3. Apenas essa agenda da B3 está mantida, mas sem a presença dele".

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Foi confirmada apenas a participação do governador no 4º Seminário Municipalista que acontece no Palácio dos Bandeirantes, às 16h, quando ele fará um pronunciamento à imprensa. Nesta manhã, o governador teria surpreendido aliados e auxiliares ao comunicar que desistiu de concorrer à Presidência. Ele deixaria o cargo no Executivo paulista hoje.


O governador João Doria
O governador João Doria

O fato teria pego de surpresa também o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), que era apresentado por Doria como CEO do governo e assumiria o cargo. Ele até pediu demissão da Secretaria de Governo. Segundo aliados, o governador deve também anunciar a saída do PSDB e que não vai tentar a reeleição ao governo de São Paulo.

Na noite de quarta (30), em jantar com amigos, empresários, aliados e secretários, sem a presença de Garcia, Doria já havia sinalizado, em discurso, que poderia abrir mão da disputa. "Não faço imposição do meu nome, pelo contrário. Não parto do pressuposto que tem ser eu. É preciso ter grandeza e espírito elevado", afirmou o governador paulista.

O vice-governador afirmou nesta manhã que não será candidato à sucessão de Doria e que vai deixar o governo. Em discussão com chefe do Executivo paulista sobre sua decisão de permanecer da administração, Garcia teria dito que, nessas condições, não seria candidato à sucessão do tucano. Em 2018, Doria acordou com o vice que deixaria a cadeira para ele. No ano passado, Garcia deixou o DEM para se filiar ao PSDB.

Nome de Eduardo Leite

Com a saída de Doria, o nome do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ganha força como possível candidato ao Planalto. O chefe do Executivo gaúcho anunciou recentemente a permanência no PSDB e tem o apoio de caciques do partido, mesmo tendo perdido a vaga nas prévias tucanas. A federação entre PSDB e Cidadania é tida como um ponto a favor do governador.

Na última segunda-feira (28), Leite anunciou que deixaria o governo para se dedicar às eleições. Em um vídeo divulgado durante entrevista no Palácio Piratini, sede do Poder Executivo do RS, ele confirmou que ficará no PSDB, mas não informou a que cargo concorrerá.

Eduardo Leite e João Doria durante prévias do PSDB
Eduardo Leite e João Doria durante prévias do PSDB

Afirmando que a lei eleitoral o obriga a deixar o cargo, Leite disse que a decisão foi fruto de muita conversa com diferentes lideranças políticas e setores da sociedade. Na ocasião, ele disse estar convicto da medida, que traz "disponibilidade e liberdade" para realizar as movimentações eleitorais "em qualquer direção necessária, no Brasil ou no Rio Grande do Sul".

Nesta quinta, Leite publicou nas redes sociais que cumpre a última agenda à frente do governo, nas cidades de Santa Maria e Pelotas. A transferência oficial do cargo para o vice-governador Ranolfo Vieira deve ocorrer nesta tarde. “O jogo continua sob a condução desse novo comandante”, afirmou o chefe do Executivo, dizendo estar “absolutamente tranquilo” sobre a atuação de Vieira.

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