O nome do advogado Cristiano Zanin foi confirmado como o escolhido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Supremo Tribunal Federal (STF) para ocupar a vaga do ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou. Zanin é conhecido pela discrição e pela determinação, além de ser "inteligente e preparado, com a cabeça estratégica", adjetivos usados por alguns ministros do STF ouvidos pelo R7.
O advogado, de 47 anos, nasceu em Piracicaba (SP) e atua como advogado de Lula desde 2013, inclusive nos processos da Lava Jato.
Apesar de advogar para o presidente na área criminal, Zanin se diz especialista em "litígios estratégicos e decisivos, empresariais ou criminais, nacionais e transnacionais".
Na transição do governo, ele fez parte do grupo responsável pela relatoria de Cooperação Judiciária Internacional e Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro.
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Zanin acompanhou Lula até a sede da Polícia Federal em Curitiba quando o presidente foi preso e passou dois anos encarcerado. Era o advogado quem levava livros e conversava toda semana com o presidente, além de ser o porta-voz das questões jurídicas de Lula.
Desde que Lewandowski deixou a Suprema Corte, o nome de Zanin era tido como o favorito para substituí-lo. Apesar da relação pessoal com o advogado, o que poderia causar suspeitas sobre as intenções do presidente ao optar por Zanin, Lula sempre deixou claro que gostaria de escolher uma pessoa próxima a ele. Um ponto que chama atenção na escolha é a proximidade pessoal com Lula — o presidente é padrinho de um dos filhos de Zanin.
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Em 2021, pouco antes do fim do julgamento no STF que declarou o ex-juiz Sergio Moro suspeito na condução do processo contra o presidente Lula na Lava Jato, o ministro Gilmar Mendes se emocionou ao elogiar a atuação do advogado no caso.
"Sem dúvida nenhuma vimos um advogado que nunca se cansou em trazer questões ao tribunal, muitas vezes sendo até censurado, incompreendido", afirmou o ministro.
Lula confirmou a indicação do advogado para o Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira (1º). Depois de a indicação ser oficializada no Diário Oficial da União, Zanin passará por uma sabatina no Senado. Lula falou com a presidente do Supremo, Rosa Weber, e com o ministro da Justiça, Flávio Dino, sobre a decisão. Os demais ministros da Corte foram avisados da escolha por Rosa Weber na noite de quarta-feira (31).