Sem água, apoiadores de Lula passam mal e reclamam de estrutura
Sob sol forte e sensação térmica de 32ºC, multidão enfrentou filas e muitos resolveram ir embora da Esplanada dos Ministérios
Brasília|Renato Souza, do R7, em Brasília
Apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que participaram da cerimônia de posse do petista neste domingo (1º) na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, reclamaram da falta de estrutura do local. Sem água, banheiro nem comida, diversas pessoas passaram mal e resolveram ir embora.
Segundo a Record TV, o espaço contava apenas com três pontos de água da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) para cerca de 40 mil pessoas. Os apoiadores não teriam sido informados de que precisavam levar o próprio copo ou garrafa de água. Quem não levou não teve como se hidratar.
Muitos relatos de pessoas que tiveram queda de pressão e da taxa de glicose foram registrados desde o início da manhã. Sob sol forte e sensação térmica de 32ºC, a multidão enfrentou filas para passar pela inspeção de segurança. No local, também não era permitida a comercialização de alimentos.
Alguns dos presentes também reclamaram da organização para o acesso à cerimônia e afirmaram que precisaram dar voltas até conseguir encontrar a entrada do evento. “Faltou acessibilidade”, disse um dos apoiadores.
Viaturas do Corpo de Bombeiros lançaram jatos de água nas pessoas para aplacar o calor. A corporação registrou 94 atendimentos, divididos entre mal súbito, sede e calor excessivos, pressão alterada, dor de cabeça e queda da taxa de glicose.
Falta de acessibilidade
A falta de acessibilidade foi outro problema enfrentado pelo público. Uma pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) afirmou que não conseguiu ter acesso visual à posse em razão da ausência de áreas de acessibilidade.
Martha Raquel, que é cadeirante, foi até a Esplanada e não encontrou espaço com elevação ou exclusivo para pessoas com deficiência. Por causa do problema, ela ficou na área reservada ao público em geral.
"Não tem área separada, sem revista preferencial, não tem nem solidariedade de quem veio ver a posse. Acabei de ouvir um 'cada um com seus problemas' e um policial dizer que um laudo médico de deficiência definitiva não tinha valor", escreveu a pesquisadora nas redes sociais.
A postagem viralizou no Twitter. Alguns internautas afirmaram que uma área foi reservada para deficientes. No entanto, Martha ressaltou que o espaço é apenas para acompanhar os shows, e não a posse em si.