O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue com as articulações para uma reforma ministerial, com o objetivo de ampliar a participação de partidos do Centrão na Esplanada dos Ministérios. Em uma conversa com jornalistas nesta quinta-feira (30), Lula falou sobre a possível nomeação de Gleisi Hoffmann, presidente do PT, para um cargo ministerial, afirmando que “trocar ministro é uma coisa da alçada do presidente”.“Eu estava preso e fui um dos responsáveis para que a Gleisi virasse presidente do partido. Ela é um quadro muito refinado. Para ser do PT, tem que ganhar a confiança do PT. Ela tem condição de ser ministra em muitos cargos. Até agora, nada está definido. Ela não falou comigo, eu não falei com ela”, explicou Lula, deixando claro que ainda não há conversa formal sobre sua possível nomeação.Lula também destacou que, na semana passada, teve a “melhor reunião de ministério no começo do governo”. As mudanças ministeriais estão previstas para serem definidas até fevereiro, com algumas lideranças do Centrão, como Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sendo cotadas para integrarem o novo cenário ministerial.Na última segunda-feira (20), Lula promoveu uma reunião ministerial na Granja do Torto, residência oficial da Presidência da República, em Brasília. O encontro ocorreu em meio às discussões sobre mudanças na equipe de governo e após o desgaste gerado pela polêmica do Pix, que provocou críticas à gestão econômica.A Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) foi a primeira pasta a passar por mudanças. Paulo Pimenta deixou o comando do órgão e foi substituído pelo publicitário Sidônio Palmeira, responsável pela campanha presidencial de Lula em 2022.Pimenta, que ocupava a Secom desde o início do governo, chegou a chefiar o Ministério Extraordinário para a Reconstrução do Rio Grande do Sul, entre maio e setembro de 2024. Seu futuro ainda não foi definido, mas há a possibilidade de que reassuma sua vaga na Câmara dos Deputados, onde é parlamentar pelo Rio Grande do Sul.A troca na Secom já era esperada desde dezembro de 2023, quando Lula criticou a estratégia de comunicação do governo, cobrando uma maior eficiência na divulgação das ações do Executivo.Apesar das mudanças em estudo, os ministérios da Defesa e de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços não devem sofrer alterações, segundo informaram ao R7 fontes do Palácio do Planalto. Dessa forma, José Múcio Monteiro e o vice-presidente Geraldo Alckmin, que comandam essas pastas, devem permanecer em seus cargos.