Lula explica que não autorizou aumento do diesel e afirma que decisão é da Petrobras
Declaração ocorre após a troca no cargo da Secretaria de Comunicação Social do Planalto
Brasília|Plínio Aguiar e Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou, em entrevista com jornalistas no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (30), que tenha autorizado um aumento no preço do óleo diesel. “Eu não autorizei o aumento do diesel. Desde o meu primeiro mandato, aprendi que quem autoriza o aumento do petróleo e seus derivados é a Petrobras, e não o presidente da República”.
Leia mais
Lula também comentou que, caso a Petrobras precise realizar um reajuste, o preço ainda será inferior ao registrado em dezembro de 2022, mesmo sem levar em consideração a inflação de 2023 e 2024.
“Até o momento não fui avisado sobre nenhuma decisão. Se a Petrobras precisar fazer algo, que o faça e comunique”, completou.
Em relação aos caminhoneiros, o presidente se mostrou disposto ao diálogo: “Nós não temos nenhuma preocupação. Vamos conversar com todo e qualquer setor. Não há nada alarmante, se tivermos disposição para conversar, e nós temos disposição.”
A declaração ocorre após a troca no cargo da Secretaria de Comunicação Social do Planalto, com o publicitário Sidônio Palmeira assumindo o posto no lugar do deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
Aumento do combustível
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu, na última segunda-feira (27), com Magda Chambriard, presidente da Petrobras, acompanhado dos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia). Embora a pauta do encontro não tenha sido divulgada, a reunião ocorreu em um momento de forte defasagem dos preços dos combustíveis no Brasil, o que gera expectativas de um possível reajuste por parte da estatal.
Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a gasolina já apresenta uma defasagem de 8% em relação aos preços internacionais, enquanto o diesel registra uma diferença de 15%. Parte dos analistas aponta que a Petrobras mantém um congelamento velado de preços, o que pode influenciar futuras decisões da empresa sobre reajustes.
Aumento da gasolina
A partir deste sábado, 1º de fevereiro, entra em vigor o novo reajuste da alíquota do ICMS sobre combustíveis, medida que deve refletir nos preços da gasolina e do diesel em todo o país. A mudança foi aprovada pelo Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) em novembro do ano passado.
Com o aumento, o ICMS sobre a gasolina terá um acréscimo de R$ 0,0979 por litro, passando de R$ 1,37 para R$ 1,47, o que representa uma alta de 7,14%. Já o diesel sofrerá um reajuste de 5,31%, elevando o tributo de R$ 1,0635 para R$ 1,12 por litro, um aumento de R$ 0,0565.
O reajuste ocorre em meio a discussões sobre a política de preços da Petrobras, que não promove alterações nos valores dos combustíveis há meses. Além da tributação, fatores como a cotação do petróleo no mercado internacional e a variação cambial influenciam os preços. Embora o petróleo tenha apresentado quedas recentes, os valores registraram alta de até 20% entre dezembro e janeiro, pressionando o mercado.