Sem-teto desocupam hotel em Brasília e são transferidos para clube abandonado

Moradores da região protestaram por conta da chegada dos sem-teto

21/09/2015 - 07h49 (Atualizado em 25/02/2024 - 02h26)

Depois de quase uma semana de ocupação, integrantes do MRP (Movimento de Resistência Popular) deixaram o Hotel St. Peter na tarde deste domingo (20), em Brasília, e foram remanejados pelo GDF (Governo do Distrito Federal) para o antigo clube Primavera, em Taguatinga (DF).

Segundo o GDF, a desocupação do hotel e a transferência para Taguatinga, sob coordenação da Seops (Secretaria de Estado e Ordem Pública Social), ocorreram de forma pacífica, sem resistência dos 450 trabalhadores sem-teto.

No entanto, depois que famílias chegaram ao Primavera, moradores de Taguatinga queimaram pneus e papelão na entrada de um conjunto habitacional, em protesto contra a chegada dos manifestantes do MRP. Eles tentaram impedir a passagem do ônibus com os sem-teto, mas a Polícia Militar negociou a desobstrução da pista.

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Emprego para José Dirceu, sequestro com falsa bomba e incêndio. Relembre histórias de hotel ocupado por sem-teto

Depois do fim do protesto, moradores com casas próximas à entrada do clube disseram que pretendem entrar na Justiça contra a permanência das famílias do MRP no Primavera, alegando que a ocupação causaria danos ambientais ao local.

A ocupação do MRP no Hotel Saint Peter durou sete dias, desde a madrugada da última segunda-feira (14), até a tarde deste domingo. Antes disso, eles montaram acampamento no Setor Bancário Norte, em julho, onde permaneceram durante dois meses. Eles reivindicam o pagamento de auxílio-moradia para as famílias do movimento, algo que o GDF diz que, pela lei, não pode prorrogar por mais de 12 meses.

Ocupado por integrantes do MRP (Movimento de Resistência Popular), o prédio onde funcionava o Hotel Saint Petter, no Centro de Brasília, coleciona histórias que foram notícia e chamaram a atenção. Sequestro, bomba falsa, incêndio e um episódio envolvendo o ex-ministro José Dirceu estão na lista. Confira a seguir os fatos já registrados no lugar

Nesta segunda-feira (14), depois de serem retirados pelo governo do DF do acampamento no Setor Bancário Norte, região central de Brasília, manifestantes do MRP (Movimento de Resistência Popular), tomaram os quartos do prédio onde funcionou o hotel

Os militantes do MRP pedem prorrogação do auxílio-moradia e a expansão do benefício, mas desde junho o GDF (Governo do Distrito Federal). Eles alegam que famílias ainda não habilitadas em programas habitacionais do governo de Brasília têm direito ao valor durante seis meses, sem prorrogação, e eles já teriam recebido 12 parcelas.

Neste sábado, o GDF expulsou manifestantes do MRP (Movimento de Resistência Popular) que estavam acampados em 110 barracas, de frente à Secretaria de Fazenda, no Setor Bancário Norte. Veja a matéria completa

O hotel que funcionava no prédio, localizado na Quadra 2 do Setor Hoteleiro Sul, deixou de atender depois de uma sentença da Justiça, em março deste ano. Não houve acordo entre o hotel e um dos proprietários do prédio em relação ao reajuste anual do aluguel. A Alpha Empreendimentos detém 60% da propriedade do edifício e Paulo Naya tem 40%. Naya contestou na Justiça o percentual de reajuste e alegou que houve descumprimento de contrato.

O contrato feito pelos donos do hotel com os proprietários do imóvel previa nove anos de aluguel a um custo mensal de R$ 200 mil e reajustes anuais, que poderiam chegar a mais de R$ 300 mil. O hotel descordou do reajuste e Paulo Cezar Naya entrou na justiça pedindo a desocupação do imóvel. Saiba mais sobre o caso

Em 2013, a administração do hotel anunciou que havia oferecido salário de R$ 20 mil ao ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. À época, Dirceu cumpria prisão, em regime semiaberto e era réu no julgamento do escândalo do Mensalão. Após o anúncio da proposta, os advogados do ex-ministro informaram que ele havia desistido da proposta de trabalho. Leia a matéria completa

Um princípio de incêndio fez o mesmo hotel voltar a ser notícia novamente. O caso aconteceu em dezembro de 2014. Segundo os bombeiros, ninguém ficou gravemente ferido. Alguns clientes que inalaram a fumaça foram levados a um hospital. Cerca de 160 crianças e adolescentes de várias regiões do País estavam hospedados no hotel. O grupo tinha vindo a Brasília para participar de um evento sobre empreendedorismo. Um barulho de explosão foi ouvido e hóspedes ficaram presos em um elevador

Em setembro do ano passado, o hotel foi palco de momentos de tensão. Um homem, invadiu o local vestindo um colete que estaria com bombas e fez um funcionário refém durante sete horas

O homem apareceu na sacada de um dos quartos várias vezes e ameaçou ao refém. Uma operação policiais foi montada com helicóptero e atiradores, que ficaram em um prédio vizinho

Após sete horas, ele se entregou e a polícia constatou que a dinamite que ele dizia carregar no colete era falsa. A arma que o suspeito utilizada também não era de verdade. A vítima foi liberada sem ferimentos e o sequestrador foi preso. Veja detalhes sobre este caso

Depois do encerramento da operação em torno do sequestro no hotel, A PCDF (Polícia Civil do Distrito Federal) investigou o vazamento de uma suposta "selfie" tirada por um policial enquanto a vítima era feita refém no Saint Petter. A DOE (Divisão de Operações Especiais) informou que a foto tinha como finalidade verificar a posição do sniper para treinamentos futuros

Ocupado por integrantes do MRP (Movimento de Resistência Popular), o prédio onde funcionava o Hotel Saint Petter, no Centro de Brasília, coleciona histórias que foram notícia e chamaram a atenção. Sequestro, bomba falsa, incêndio e um episódio envolven...