Os servidores do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e do Serviço Florestal convocaram assembleias nos estados para essa semana para decidir se farão uma greve geral da área ambiental federal no dia 24 de junho. Segundo a Ascema, associação que representa os servidores, cada estado escolherá dois representantes para compor o comando da greve nacional. A decisão dos estados deve acontecer até esta sexta-feira (14).A convocação de greve foi feita, após mais uma rodada de negociações sem sucesso com o governo federal. A categoria está mobilizada desde janeiro, tendo interrompido as atividades de fiscalização, mantendo apenas as atividades de escritório burocráticas. A categoria busca de valorização da carreira ambiental.Os servidores chegaram a analisar a proposta do pleito original, de equiparação com a ANA (Agência Nacional de Águas). O governo, no entanto, manteve uma proposta de reajuste ainda menor, que foi rejeitada pelos servidores.Uma live de orientação para os servidores e mobilização da base será realizada nesta quarta-feira (12). Fontes afirmaram que sentem que haverá uma grande adesão dos servidores, considerando que esse movimento de paralisação acontece desde janeiro.A paralisação dos servidores afeta diretamente o licenciamento ambiental de grandes projetos na área de energia, colocando em xeque não só o cronograma dos mega leilões de transmissão realizados pelo governo desde 2023, mas também nas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e no aumento do desmatamento.“Já está tendo um impacto desde janeiro. Alguns trabalhos nos postos de fiscalização e licenciamento já não estão sendo feitos porque definiu-se que seria apenas trabalho burocrático, já tem impacto econômico e no PAC”, afirmam fontes.Segundo essa fonte, estes impactos não acontecem apenas em decorrência da paralisação. “Os servidores já estavam estrangulados. Como o salário é inferior a outras áreas, o pessoal passa em concurso e sai, presta em outras áreas. Eles estão altamente sobrecarregados. A mobilização não causou isso, a deterioração da categoria ambiental que levou a isso”.A Ascema estima aproximadamente 3.500 processos ativos, envolvendo também parques eólicos, termoelétricas e projetos de produção de óleo e gás, que já estão sendo afetados, mesmo sem uma greve de fato.