Durante sessão no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (9) que analisa um parecer pela cassação do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), houve anúncio de “greve de fome” por parte de Glauber e desentendimento entre militantes do PSOL, deputados de oposição e o relator do processo, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA).O parlamentar se tornou alvo de um processo na Câmara após agressão a um militante do MBL (Movimento Brasil Livre). Ativistas do PSOL e deputados filiados acusaram Magalhães de ter um relatório pronto contra Glauber, além de supostamente não seguir uma proporcionalidade na aplicação da pena de perda do mandato. Além disso, houve críticas à atuação do presidente do conselho, deputado Leur Lomanto (União-BA), que encerrou as discussões sobre o assunto com a aprovação de um requerimento do deputado Fabio Costa (PP-AL). A ala defensora de Glauber alega que Lomanto encerrou as discussões antes que todos os parlamentares ainda inscritos para falar se manifestassem. Durante esse período, alguns manifestantes foram retirados do plenário do colegiado.Outro ponto criticado foi a demora para a abertura da Ordem do Dia do plenário da Câmara, que, em geral, costuma ser iniciada entre 16h e 17h. A líder do PSOL na Casa, deputada Talíria Petroni (PSOL-RJ), disse ter enviado mensagens e ligado para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), cobrando explicações, mas que não foi atendida.Glauber anunciou durante a sessão no Conselho de Ética que, caso o colegiado casse seu mandato, fará uma “greve de fome” e não sairá das dependências da Câmara até o processo ser encerrado. A deputada Luíza Erundina (PSOL-SP) convidou os membros da bancada a aderirem ao protesto. Caso o colegiado casse o mandato do parlamentar, ainda cabe recurso à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara. Se a CCJ mantiver a cassação, o pedido ainda precisa ser analisado pelo plenário da Câmara.Pelo relatório apresentado no Conselho de Ética, o deputado Magalhães considerou que Glauber cometeu desvio de conduta na agressão ao integrante do MBL Gabriel Costenaro.“Diante das provas produzidas nos autos, verifica-se que o representado extrapolou os direitos inerentes ao mandato, abusando, assim, das prerrogativas que possui”, diz trecho do parecer, que foi seguido por parlamentares.Ao longo da análise do processo no Conselho de Ética, Glauber afirmou que agiu em legítima defesa. Ele apresentou vídeos mostrando abordagens anteriores de Costenaro em reuniões no Largo da Carioca, no Rio de Janeiro, e afirmou ter sido perseguido pelo militante.Glauber também já disse se arrepender da ação, mas sustenta que Costenaro ameaçou agredir a ele e a sua mãe. “Não me orgulho daquilo que fiz, mas não me arrependo. A minha ação é da proporcionalidade. De acordo com o que determina a legislação brasileira, eu vou reagir à injusta agressão”, disse.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp