Suplente de Alcolumbre é alvo de operação da PF por suspeita de desvio em obra federal no Amapá
Em nota, o presidente do Senado afirmou não ter qualquer relação com as empresas mencionadas nem com a atuação empresarial do seu suplente
Brasília|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

A Polícia Federal e a CGU (Controladoria-Geral da União) deflagraram nesta terça-feira (22) a Operação Route 156, que investiga o desvio de recursos públicos destinados à manutenção e à recuperação da BR-156, no Amapá. Um dos alvos é o empresário Breno Chaves Pinto, segundo suplente do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Breno foi alvo de mandado de busca e apreensão. Ele é ligado à empresa L.B Construções, apontada como uma das principais beneficiadas pelo esquema sob investigação. Ao ser procurado, o empresário afirmou que só vai se manifestar após ter acesso aos autos do processo.
O senador Davi Alcolumbre não é investigado e não figura como alvo da operação. Em nota, afirmou não ter qualquer relação com as empresas mencionadas nem com a atuação empresarial do seu segundo suplente. “Reitero meu respeito às instituições e entendo que todos os envolvidos devem prestar os devidos esclarecimentos à Justiça, respeitado o devido processo legal”, disse.
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Outro investigado é Marcelo Vieira Linhares, superintendente do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) no Amapá, que foi afastado do cargo por decisão judicial.
Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão expedidos pela 4ª Vara Federal do Amapá: seis no estado do Amapá, três em Minas Gerais, um no Mato Grosso do Sul e um no Amazonas. A Justiça também determinou o bloqueio de bens e valores dos investigados, totalizando cerca de R$ 8 milhões, valor equivalente às movimentações financeiras consideradas suspeitas.
Fraudes em licitações
A investigação teve início após denúncias indicarem irregularidades em quatro licitações conduzidas pelo DNIT em 2024. Os certames tinham como objetivo a manutenção de trechos da BR-156. Segundo a CGU, foram identificados indícios de fraude no caráter competitivo das licitações, que resultaram em contratos que somam cerca de R$ 60 milhões.
As apurações também apontaram indícios de lavagem de dinheiro e a atuação de uma organização criminosa formada por agentes públicos e empresários. Entre 2024 e 2025, as empresas contratadas para as obras receberam R$ 32 milhões em pagamentos da União.
A assessoria do DNIT foi procurada, mas não se manifestou até a última atualização desta reportagem. O R7 também tenta contato com a defesa de Breno Chaves Pinto. O espaço segue aberto para manifestações.
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