Tarcísio se reúne com encarregado de negócios dos EUA para tratar sofre tarifaço
Governador de SP informou que vai abrir diálogo com as empresas paulistas para buscar soluções

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se reuniu nesta sexta-feira (11) com o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, para tratar sobre a taxa de 50% a produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
O encontro, que aconteceu em Brasília, foi confirmado pelo próprio governador nas redes sociais.
“Conversamos sobre as consequências da tarifa para a indústria e agro brasileiro e também o reflexo disso para as empresas americanas”, disse Tarcísio.
O governador informou que vai abrir diálogo com as empresas paulistas, baseado em “dados e argumentos consolidados”. A ideia, conforme Tarcísio, é buscar “soluções efetivas”.
“É preciso negociar. Narrativas não resolverão o problema. A responsabilidade é de quem governa”, finalizou.
Nesta semana, após o anúncio de Trump, Tarcísio defendeu que o Brasil “deixe de lado a ideologia e as narrativas”.
Segundo ele, a medida é resultado de um distanciamento político entre os dois países, e pode ter consequências econômicas graves, especialmente para São Paulo.
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“Precisamos sentar na mesa, deixar de lado a ideologia e as narrativas e trabalhar. Do G20, o país mais afastado dos EUA é o Brasil. Os americanos sempre foram aliados diretos do nosso país. Então, temos muito a perder”, afirmou o governador.
Tarcísio também voltou a atribuir ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a responsabilidade pela deterioração das relações com os Estados Unidos, que, segundo ele, culminou no anúncio da nova tarifa.
Trump anuncia tarifas contra o Brasil
Em uma carta enviada a Lula na quarta-feira (9), Trump anunciou a imposição de tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano a partir de 1º de agosto.
A medida, segundo Trump, é uma resposta direta a supostos ataques do Brasil à liberdade de expressão de empresas americanas e à forma como o país tem tratado o ex-presidente Jair Bolsonaro.
No texto, Trump afirma que “a forma como o Brasil tratou o ex-presidente Bolsonaro é uma vergonha internacional”. Para o líder norte-americano, o julgamento e as investigações envolvendo o ex-presidente brasileiro configurariam uma “caça às bruxas” que deveria “terminar imediatamente”.
Ele também menciona uma suposta censura imposta pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a plataformas de mídia social dos EUA, classificando as ordens judiciais como “secretas e ilegais” e alegando que isso viola direitos fundamentais de cidadãos americanos.
Além das críticas políticas, Trump argumenta que a relação comercial entre os dois países está “longe de ser recíproca” e aponta “políticas tarifárias e não tarifárias e barreiras comerciais” impostas pelo Brasil como responsáveis por um déficit comercial que, segundo ele, ameaça a economia e a segurança nacional dos EUA.
De acordo com o presidente americano, mercadorias brasileiras enviadas a outros países para tentar contornar a tarifa também estarão sujeitas à sobretaxa. Trump deixou claro que eventuais aumentos de tarifas por parte do Brasil serão somados aos 50% anunciados. Ele ainda condicionou uma possível revisão da medida à abertura de mercado por parte do governo brasileiro e à eliminação de políticas que considera injustas.
Investigação
Na carta, Trump também ordena ao Representante Comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, a abertura imediata de uma investigação com base na Seção 301 da legislação comercial americana — um dispositivo usado para apurar práticas consideradas desleais por países parceiros.
A carta termina com um tom de ameaça velada e abertura para negociação: “Essas tarifas podem ser modificadas, para mais ou para menos, dependendo da nossa relação com o seu país. Você nunca se decepcionará com os Estados Unidos da América.”
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