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Tarifa comum, meio ambiente e acordos com a Ásia: confira discurso de Lula no Mercosul

Brasil assume presidência temporária do bloco até o fim do ano e mira em acordos comerciais

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em BrasíliaOpens in new window

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Lula chegou em Buenos Aires na noite desta quarta Ricardo Stuckert / PR - 02.07.2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira (3), durante a 66ª Cúpula do Mercosul, em Buenos Aires, o fortalecimento da tarifa externa comum do bloco, a ampliação de acordos comerciais com a Ásia e o protagonismo da América do Sul na transição energética.

“Quando o mundo se mostra instável e ameaçador, é natural buscar refúgio onde nos sentimos seguros. Para o Brasil, o Mercosul é esse lugar”, disse.


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Segundo ele, o bloco protege seus integrantes com regras claras, robustez institucional e uma tarifa comum que ajuda a blindar a região de guerras comerciais.

Lula afirmou que a presidência temporária do Brasil no Mercosul, iniciada nesta quinta-feira, será uma oportunidade para discutir o papel do bloco no cenário global. Ele destacou cinco prioridades, entre elas o fortalecimento do comércio regional e externo, inclusive com a inclusão dos setores automotivo e açucareiro na união aduaneira.


Para o presidente, adiar essa tarefa significa sacrificar o potencial estratégico do bloco na produção de veículos elétricos e biocombustíveis”, declarou.

Lula defendeu ainda o apoio a pequenas e médias empresas e a modernização do sistema de pagamentos em moedas locais para facilitar transações digitais e reduzir riscos cambiais.


“Não se constrói prosperidade apenas com grandes negócios. É importante ampliar mercados e diversificar parcerias”, afirmou.

No campo comercial, comemorou a conclusão das negociações com a EFTA (Associação Europeia de Livre Comércio), composta por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, e disse esperar a assinatura do acordo até o fim do ano.


Ele também mencionou avanços com Canadá, Emirados Árabes, Panamá e República Dominicana, além da atualização de tratados com Colômbia e Equador. “É hora de o Mercosul olhar para a Ásia, centro dinâmico da economia mundial”, afirmou, citando Japão, China, Coreia, Índia, Vietnã e Indonésia.

Rota bioceânica

Lula destacou a importância da integração física entre os países sul-americanos e citou a conclusão da Rota Bioceânica, que liga Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, como estratégica para encurtar o tempo de transporte até a Ásia. Segundo ele, a obra pode reduzir em até duas semanas a duração das viagens.

O presidente também mencionou projetos brasileiros aprovados pelo Focem (Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul), voltados a melhorias de saneamento e conectividade viária em Corumbá e Ponta Porã.

Ele afirmou que o Brasil vai trabalhar, no segundo semestre, na estruturação da segunda etapa do fundo, e pediu apoio contínuo do Fonplata, que classificou como “o banco da integração do Cone Sul”.

Meio ambiente

Lula voltou a defender metas ambiciosas de redução de gases de efeito estufa e ressaltou os efeitos das mudanças climáticas no Cone Sul. “A região sofre com estiagens e enchentes que causam perdas humanas, destruição de infraestrutura e quebras de safra. A realidade está se movendo mais rápido que o Acordo de Paris”, alertou.

Ele citou o programa Mercosul Verde como ferramenta para fortalecer a agricultura sustentável, criar padrões comuns de rastreabilidade e estimular inovações tecnológicas. Também defendeu a criação de uma taxonomia sustentável no bloco, para atrair investimentos em uma transição energética justa. “A América do Sul tem tudo para ser o coração desse processo”, afirmou.

Desenvolvimento tecnológico

Lula criticou a concentração do desenvolvimento tecnológico nas mãos de poucos países e empresas e defendeu a soberania digital da América do Sul. Mencionou a parceria entre Brasil e Chile para o desenvolvimento de modelos de inteligência artificial que reflitam as realidades culturais e linguísticas da região. “Trazer centros de dados para a América do Sul é uma questão de soberania digital”, afirmou.

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