Telegram: Bolsonaro tem 13 vezes mais inscritos do que todos os outros pré-candidatos somados
Ministro do STF determinou, nesta sexta-feira (18), que a operação do aplicativo de mensagens seja bloqueada no Brasil
Brasília|Sarah Teófilo e Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), tem 1.085.714 inscritos no Telegram. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou nesta sexta-feira (18) o bloqueio do aplicativo no Brasil. O total de seguidores de todos os outros pré-candidatos à Presidência da República representa 7,3% (cerca de 79 mil) do número de Bolsonaro.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 48,5 mil inscritos; Ciro Gomes (PDT), 19,3 mil; e Sergio Moro (Podemos), 5.335; o deputado federal André Janones (Avante-MG) tem 5.872. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e a senadora Simone Tebet (MDB-MS) não têm canal no aplicativo.
Bolsonaro, seus filhos e apoiadores são defensores ferrenhos da rede social, que é criticada por não ter um controle sobre desinformação e conteúdos ilícitos. Além disso, diferentemente do WhatsApp, onde os grupos têm número máximo de participantes e cada lista de transmissão (em que se pode enviar a mesma mensagem a várias pessoas) pode ter no máximo 256 pessoas, os canais do Telegram não têm limite.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que o aplicativo seja bloqueado no Brasil. A decisão do magistrado ocorreu após diversas tentativas de contato do Judiciário brasileiro com a empresa. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) foi notificada para fazer o bloqueio imediato do aplicativo.
O Telegram não tem escritório em território nacional, e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) enviou diversos ofícios em que solicitou reuniões com representantes da empresa para tratar sobre o combate a notícias falsas. O ministro fixou multa de R$ 500 mil em caso de descumprimento da decisão. Moraes também definiu que quem tentar violar as regras poderá ser multado em até R$ 100 mil, sejam pessoas físicas ou jurídicas.
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No início deste ano, em meio às discussões sobre a possibilidade de suspensão do Telegram, o presidente criticou a medida e disse ser contra ela. "A gente está vendo aqui. Covardia o que estão querendo fazer com o Brasil, né? Covardia", disse o presidente a apoiadores. Em seguida, uma mulher afirmou que estão tentando "cortar" a comunicação da população, ao que o presidente disse: "Não vou responder. [O Planalto] está tratando do assunto".