Tribunal de Contas do DF pede explicações sobre falta de ônibus para estudantes do Sol Nascente

O Tribunal de Contas do Distrito Federal pediu explicações à Secretaria de Educação e à TCB (Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília) sobre possíveis falhas e falta de transporte para estudantes da região administrativa do Sol Nascente. A TCB e a secretaria têm 15 dias para enviar uma resposta ao órgão, que apontou supostas irregularidades constatadas no trecho 3 do Sol Nascente, região conhecida como Fazendinha.

Segundo representação entregue ao órgão e formulada pela deputada federal Erika Kokay (PT), as dificuldades para chegar à escola estariam levando crianças e adolescentes a faltarem às aulas, abandonarem os estudos e perderem benefícios sociais, como a Bolsa Família.

O pedido explica que estudantes da Fazendinha são obrigados a frequentar escolas de Ceilândia devido à falta de vagas na região. Além disso, o transporte escolar dos alunos seria insuficiente e não cumpriria os requisitos mínimos de segurança, limpeza e pontualidade.

O documento formulado pela parlamentar acrescenta que, segundo o relato de mães e líderes comunitárias, a insuficiência de ônibus também estaria obrigando cerca de 70 estudantes, a maioria crianças, a percorrer a pé um longo caminho até a escola.

A situação leva os alunos a deixarem de frequentar as aulas, com risco de perda do ano letivo por excesso de falta, diz o documento.

Ainda segundo a representação, algumas famílias poderiam perder benefícios sociais, como o Bolsa Família, que em alguns casos, era a principal ou única fonte de renda das famílias da região.

Sobre a representação do Tribunal de Contas, o R7 entrou em contato com a TCB e a Secretaria de Educação, mas até a publicação desta reportagem, não recebeu retorno. O espaço segue aberto.

Nova escola

Na última quinta-feira (20), o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), reconheceu a falta de vagas nas escolas da região do Sol Nascente e assinou ordem de serviço para a construção de uma nova unidade de ensino. O CEF (Centro de Ensino Fundamental) do Sol Nascente terá investimento de quase R$ 10,3 milhões, com capacidade para receber 700 alunos por turno. A unidade terá três pavimentos e 20 salas, além de espaços dedicados ao ensino da arte e sala multiuso e multimídia.

A escola também terá uma cozinha industrial, com refeitório, vestiário, sanitários, quadras de esportes coberta, pátio coberto e laboratórios. A expectativa é que com a construção, os alunos da região administrativa não precisem mais pegar transporte escolar para estudar em outras regiões da capital do país.

As obras da escola devem ser concluídas em setembro de 2025. “Essa escola vai beneficiar várias crianças que hoje são transportadas para ter aula em outros locais. Isso é trazer educação e segurança para as famílias. Nós temos, também, a previsão de iniciar em agosto a construção de uma Unidade Básica de Saúde”, disse Ibaneis Rocha.