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Vai ter tucupi na COP30? Entenda a polêmica sobre a comida amazônica no evento

Ministro do Turismo foi um dos primeiros a se manifestar, classificando a medida como um ‘erro grave’

Brasília|Do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A COP30 enfrentou polêmica ao vetar pratos típicos da Amazônia, como tucupi e açaí, por supostos riscos sanitários.
  • A decisão gerou reações de entidades gastronômicas e o ministro do Turismo a qualificou como um "erro grave".
  • Diante da pressão, o edital foi republicado, permitindo a inclusão das iguarias amazônicas, desde que atendam normas sanitárias.
  • A participação da culinária paraense será central no evento, reforçando Belém como a capital mundial do clima e da gastronomia amazônica.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

A decisão gerou forte reação de entidades ligadas à gastronomia paraense e ao setor produtivo
A decisão gerou forte reação de entidades ligadas à gastronomia paraense e ao setor produtivo Lana Santos/Fapeam - Arquivo

A COP30, conferência climática da ONU que será em Belém em novembro, entrou no centro de uma polêmica gastronômica. Um edital publicado pela OEI (Organização de Estados Ibero-americanos), responsável pela contratação dos restaurantes e quiosques oficiais do evento, vetava a venda de pratos típicos da Amazônia, como açaí, tucupi e maniçoba, sob alegação de risco sanitário.

A decisão gerou forte reação de entidades ligadas à gastronomia paraense e ao setor produtivo. Neste sábado (16), diante da repercussão, a OEI voltou atrás e republicou o edital sem o veto, permitindo a presença desses alimentos no evento.


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O que dizia o edital da COP30

O documento, publicado no último dia 12, estabelecia as regras para seleção de operadores de restaurantes e quiosques oficiais da COP30 — distribuídos entre as chamadas zonas azul e verde do evento.

Entre as proibições estavam pratos emblemáticos da culinária paraense. A justificativa era o risco sanitário:


  • Açaí: poderia transmitir o protozoário Trypanosoma cruzi (causador da doença de Chagas), caso não fosse pasteurizado;
  • Tucupi e maniçoba: considerados alimentos de alto risco se preparados incorretamente.

O edital não fazia distinção entre produtos sem certificação e aqueles já regulamentados por normas locais, como os açaís pasteurizados e branqueados. Também estavam proibidos maionese caseira, ostras cruas, carnes malpassadas, sucos de fruta in natura e molhos preparados sem processamento industrial.

Além das restrições, o edital previa 87 estabelecimentos oficiais, em seis categorias de cardápio, e determinava que ao menos 30% dos insumos fossem de origem local ou da agricultura familiar.


O ministro do Turismo, Celso Sabino, foi um dos primeiros a se manifestar. Ele classificou a medida como um “erro grave” e afirmou que a gastronomia regional precisa estar presente na COP30.

Em nota, o ministério destacou o reconhecimento internacional de Belém como Cidade Criativa da Gastronomia da Unesco e lembrou o prêmio recente da editora Lonely Planet, que incluiu a capital paraense entre os dez destinos gastronômicos mais relevantes do mundo.


“Pecou, cometeu um grave erro impedindo principais produtos da gastronomia paraense. Já conseguimos que o edital será republicado e a COP da floresta será também a COP da gastronomia paraense”, escreveu Sabino nas redes sociais.

A exclusão dos pratos amazônicos provocou forte reação em entidades como Abrasel, Fiepa, Sebrae, Fecomércio-PA, Slow Food Brasil e Instituto Regenera divulgaram nota conjunta classificando a decisão como “desconhecimento e preconceito cultural”.

“O açaí, o tucupi e a maniçoba são consumidos diariamente por milhões de pessoas, conhecidos internacionalmente e com rigorosos controles sanitários. Há dezenas de fornecedores locais certificados que já exportam para outros países”, diz o documento.

As instituições também destacaram que a proibição feria os princípios da própria ONU, que defende a valorização cultural e social dos territórios que sediam os eventos.

OEI volta atrás

Diante da pressão, a OEI publicou neste sábado (16) uma errata que revoga a lista de itens proibidos. A decisão foi confirmada no site oficial da COP30.

“A culinária paraense será incorporada e o detalhamento da oferta de alimentos no evento será realizado após a seleção dos fornecedores”, diz.

A errata substituiu ainda a redação de alguns trechos do edital. A proibição absoluta foi trocada por uma exigência de que os cardápios sigam as regras de vigilância sanitária e segurança alimentar nacionais, com apresentação de selos de qualidade e certificações.

Outra mudança foi no trecho que falava em “evitar o uso de carne vermelha”, agora reescrito como “incentivar a redução gradual do consumo de produtos de origem animal”.

Com a republicação do edital, os pratos típicos da Amazônia — incluindo o açaí, o tucupi e a maniçoba — estão autorizados, desde que atendam às normas sanitárias brasileiras.

Já que leu até aqui, continue se aprofundando com debates relevantes no evento “Caminhos para a COP30”.

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Perguntas e respostas

Qual é a polêmica envolvendo a COP30 e a culinária amazônica?

A COP30, conferência climática da ONU que ocorrerá em Belém em novembro, gerou polêmica devido a um edital da OEI (Organização de Estados Ibero-americanos) que inicialmente vetava a venda de pratos típicos da Amazônia, como açaí, tucupi e maniçoba, alegando risco sanitário.

Como foi a reação à decisão da OEI?

A decisão provocou forte reação de entidades ligadas à gastronomia paraense e ao setor produtivo. Diante da repercussão, a OEI voltou atrás e republicou o edital, permitindo a presença desses alimentos no evento.

Quais eram as proibições do edital original?

O edital original proibia pratos emblemáticos da culinária paraense e não fazia distinção entre produtos sem certificação e aqueles regulamentados, como açaís pasteurizados. Também estavam proibidos maionese caseira, ostras cruas, carnes malpassadas, sucos de fruta in natura e molhos não industrializados.

Quais foram as mudanças feitas no edital após a pressão?

Após a pressão, a OEI publicou uma errata que revogou a lista de itens proibidos. Agora, a culinária paraense será incorporada, e os cardápios devem seguir as regras de vigilância sanitária e segurança alimentar, com apresentação de selos de qualidade e certificações.

O que disse o ministro do Turismo sobre a situação?

O ministro do Turismo, Celso Sabino, classificou a medida como um “erro grave” e enfatizou a importância da gastronomia regional na COP30, destacando o reconhecimento de Belém como Cidade Criativa da Gastronomia pela Unesco.

Quais entidades se manifestaram contra a proibição?

Entidades como Abrasel, Fiepa, Sebrae, Fecomércio-PA, Slow Food Brasil e Instituto Regenera se manifestaram, classificando a decisão como “desconhecimento e preconceito cultural”. Elas ressaltaram que pratos como açaí, tucupi e maniçoba são consumidos diariamente e possuem rigorosos controles sanitários.

O que a errata do edital estabelece sobre a culinária amazônica?

A errata estabelece que os pratos típicos da Amazônia, incluindo açaí, tucupi e maniçoba, estão autorizados, desde que atendam às normas sanitárias brasileiras. Além disso, a exigência de evitar o uso de carne vermelha foi alterada para incentivar a redução gradual do consumo de produtos de origem animal.

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