Xi Jinping elogia relações com o Brasil e pede solução de dois Estados em confronto Gaza-Israel
Presidente Lula recebeu mandatário chinês no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (20)
Brasília|Rute Moraes, do R7, em Brasília
Durante visita ao Brasil, o presidente da China, Xi Jinping, disse que a relação entre os dois países “está no melhor momento da história”, comentou a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e pediu a solução de dois Estados para acabar com o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza.
“Agora mesmo mantive uma reunião cordial, amistosa e frutífera com o presidente Lula. Fizemos uma retrospectiva do desenvolvimento das relações China-Brasil ao longo dos 50 anos. Coincidimos em que esse relacionamento está no melhor momento da história”, declarou o presidente chinês durante discurso no Palácio do Planalto, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
LEIA MAIS
Jinping explicou que, na conversa com Lula, os dois chegaram a “consensos estratégicos” na inovação da relações bilaterais, em um mundo “mais justo e um planeta mais sustentável” . “Concordamos em aprofundar constantemente a confiança estratégica mútua e continuar com os apoios mútuos firmes nas questões vitais, como a soberania e segurança”, continuou o líder da China.
O presidente chinês ressaltou que os dois países tiveram de “assumir proativamente a grande responsabilidade histórica de salvaguardar os interesses comuns os países de sul global e de promover uma ordem internacional mais justa e equitativa”.
Ele explicou que o Brasil e a China vão “aprofundar” a cooperação em áreas prioritárias, como economia e comércio, finanças, ciência e tecnologia, infraestrutura e proteção ambiental. Além de reforçar a cooperação em áreas emergentes, como a transição energética, economia digital, inteligência artificial e mineração verde.
“É também nosso consenso que China e Brasil continuem estreitando a colaboração nos fóruns multilaterais, como as Nações Unidas, G20 e BRISC, enfrentando a fome e a pobreza, conflitos regionais, mudanças climáticas, segurança cibernética, entre outros desafios tradicionais e não tradicionais de segurança”, destacou Jinping.
‘Cessar-fogo’ em Gaza
Ainda em seu discurso, o presidente da China disse que o mundo “está longe de ser tranquilo”, ao se referir às guerras entre a Rússia e a Ucrânia; e Israel e o Hamas. Ele evitou tecer críticas contundentes sobre a disputa entre o russo Vladimir Putin e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
“Com relação a crise na Ucrânia, enfatizei varias vezes que não existe solução simples para um assunto complexo”, disse, ao mencionar que o Brasil e a China criaram um “grupo de amigos da paz sobre a crise na Ucrânia, com os outros países do sul global”.
Sobre a guerra em Gaza, Jinping enfatizou que a situação humanitária no local está “se deteriorando”. “Para resolver a crise atual, é preciso focar na Palestina, que é a causa raíz. Apelamos para o cessar-fogo imediato, assistência humanitária garantida, implementação da solução de dois Estados e esforços incessantes para a solução abrangente, justa e duradoura da questão Palestina. Tanto a China, como o Brasil tem tradição e responsabilidade de preconizar a Justiça e a moral”, disse.