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Volkswagen Up derruba ideia de que carro popular precisa ser pobre

Aceleramos o aguardado popular da marca alemã e adiantamos: vem aí um novo ícone

Carros|Diogo de Oliveira, do R7, em Gramado (RS)*

Para o primeiro encontro, escolhemos o Volkswagen Red Up!, versão topo de linha com preço de R$ 39.390
Para o primeiro encontro, escolhemos o Volkswagen Red Up!, versão topo de linha com preço de R$ 39.390 Para o primeiro encontro, escolhemos o Volkswagen Red Up!, versão topo de linha com preço de R$ 39.390
Simplista, painel fica charmoso com moldura na cor do carro
Simplista, painel fica charmoso com moldura na cor do carro Simplista, painel fica charmoso com moldura na cor do carro
Maps & More tem função que ajuda a economizar combustível
Maps & More tem função que ajuda a economizar combustível Maps & More tem função que ajuda a economizar combustível
Motor 1.0 é o primeiro nacional com apenas três cilindros
Motor 1.0 é o primeiro nacional com apenas três cilindros Motor 1.0 é o primeiro nacional com apenas três cilindros

Toda vez que se fala em "carro do povo” é inevitável pensar no Volkswagen Fusca. Ícone da indústria automobilística, o modelo criado na década de 1930 era barato, tinha mecânica robusta e uma deliciosa simplicidade nos detalhes. Os traços quase infantis imortalizaram seu design. O Fusquinha teve até participação política, ajudou a reconstruir a Europa devastada pela Segunda Guerra Mundial. No Brasil, foi o primeiro carro de muita gente. Uma história rica, que o Up quer reviver (à sua maneira).

Assim como o “besouro”, o novo carro de entrada da Volkswagen foi pensado para o cidadão comum. Não tem luxos nem excessos. É o sucessor do Fusca no espírito. Mas cada um no seu tempo. A revolução do Up é tecnológica — e vai muito além de airbags e ABS. O compacto vem para derrubar de vez a ideia de que, para ser acessível, é preciso ser “pobre”. A fábrica alemã desembolsou R$ 1,2 bilhão com máquinas de última geração e treinamento dos operários da fábrica de Taubaté (SP).

Tudo isso para montar um automóvel global de primeira linha, com alto nível de segurança e muita diversão ao volante. Anote aí: estes são os dois pontos fortes do Up que, como projeto, estreia muito bem conceituado, com os melhores resultados nos testes de colisão do Latin NCAP. Em três anos de atuação, o órgão que realiza os crash-tests reprovou quase todos os compactos nacionais. Mas o Up superou até modelos maiores e elitizados, como o novo Ford Focus. Como? Tecnologia.

Parte da carroceria do hatch é feita com chapas de aço de alta resistência prensadas a 900ºC. Depois de prontas, as peças (ultra-rígidas) são recortadas com raio laser. O efeito disso na prática é uma lataria mais sólida, que praticamente não entorta nas manobras. Outros pontos altos são os recursos inéditos, como o sistema Isofix com gancho superior para fixação de cadeirinhas infantis e o pré-tencionador dos cintos de segurança dos bancos dianteiros, que trabalha associado aos airbags.

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Como é dirigir o Up

O carrinho global da Volkswagen é bastante simpático por fora e por dentro. O painel salta aos olhos de imediato, com acabamento esmerado desde a versão mais barata — a Take Up. Mas é a partir da intermediária Move Up que o modelo fica gracioso, com peças bicolores ou molduras acrílicas que podem ter a cor da carroceria. Para este primeiro contato, escolhemos um dos modelos tops, o Red Up, cujo preço sugerido é de R$ 39.390. O objetivo foi experimentar todos os recursos disponíveis, incluindo a central multimídia Maps & More.

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Logo nas primeiras acelerações fica evidente todo o trabalho de "tropicalização" feito no Up. A suspensão mais firme lembra a da dupla de populares Gol e Fox e mantém o hatch equilibrado e apto a encarar as ruas brasileiras com desenvoltura. O destaque, porém, é a direção com assistência elétrica (easy drive), leve e muito rápida nas respostas. Impressionou a facilidade com que se consegue manobrar o Up, seja pela leveza do volante, seja pelo raio de giro curto, que faz com que as manobras sejam rápidas — e com alto grau de precisão.

As dimensões bastante compactas, claro, ajudam o motorista a estacionar o Up. São curtinhos 3,60 metros de comprimento por 1,64 m de largura. Falando em espaço, o interior oferece amplo vão para cabeças na frente e atrás, favorecido pelos 1,50 m de altura. Contudo, o espaço para pernas no banco traseiro pode não ser suficiente se a pessoa tiver mais de 1,80 metro. O entre-eixos de 2,42 m é excelente para um carro com suas medidas, mas não faz milagre. Já o porta-malas (285 litros) é o mesmo do Gol G5 e 64 l maior que o do Up europeu.

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Alguns pontos positivos gerais observados neste primeiro contato foram os ótimos vãos de acesso e o baixo peso das portas e da tampa traseira (muito leve) e o isolamento acústico super eficiente. Para se ter uma ideia, ouve-se pouco o motor mesmo quando se estica as marchas para encontrar os 82 cv de potência máxima com etanol, liberados aos 6.250 rpm. Também merecem elogio os bancos dianteiros e seus formatos anatômicos que acomodam a coluna e o quadril com conforto. Detalhe: há ajustes de altura no banco e no volante.

Uma vez posicionado, o motorista tem leitura simples e objetiva das informações de bordo. A crítica fica com o tamanho do conta-giros, que é bem pequeno — talvez seja uma questão de costume. Bem posicionada, a tela de cinco polegadas do sistema Maps & More é sensível ao toque, removível, oferece ajustes múltiplos de posição e fica numa altura interessante, dentro do campo de visão da via. Os pontos negativos são a ausência de entrada USB, disponível apenas no rádio mais simples, e a própria tela, que se parece com a de um GPS comum.

Mecânica nota A

Descolado e moderninho, o Up também promete revolucionar os motores da concorrência. Trata-se do primeiro 1.0 flex de fabricação nacional com três cilindros, 12 válvulas e duplo comando variável — que faz com que a energia gerada pela queima de combustível nos cilindros seja mais presente em qualquer faixa de giros. Seus 10,4 kgfm de torque (etanol) se fazem notar a maior parte do tempo (desde os 2.000 giros), muito embora falte força em ladeiras, subidas de serra e ultrapassagens — especialmente em vias de mão dupla.

Já para rodar na cidade, a impressão é de que o motor é mais que suficiente, sobretudo por vir acoplado ao câmbio MQ200, mesma transmissão dos demais modelos nacionais da Volkswagen. Esta caixa é conhecida por ter engates curtos e precisos e, no Up, a alavanca curtinha — com o pomo redondo — torna a condução prazerosa. E se o motorista quiser economizar, a central Maps & More traz um aplicativo batizado de Think Blue, que aponta qual a marcha mais indicada para cada momento.

Não por acaso, o Up tirou nota A nos testes do Programa de Etiquetagem do Inmetro, sendo considerado o carro mais econômico do Brasil quando equipado com ar-condicionado e a direção assistida. Segundo o instituto, o carrinho faz no mínimo 9,1 km/l na cidade (com etanol) e até 14,3 km/l na estrada (com gasolina). Além do aplicativo de apelo ecológico, o Maps & More possui ainda navegação por GPS "nativa" (sem a necessidade da rede 3G do celular), conexão Bluetooth e entrada auxiliar para tocadores musical.

Carro mais importante da Volkswagen no Brasil desde o Gol de 1ª geração (início anos 80), o Up é o modelo mais importante da marca para os próximos anos. Terá futuramente versões aventureira (Cross Up) e automatizada (I-Motion). Mas é importante dizer: o Up não vem para substituir Gol ou Fox. Sua proposta é brigar no segmento de entrada. Com três anos de garantia e vários "títulos" (é também o carro mais barato de se reparar do País), seu sucesso é quase certo. Mas só o tempo dirá se o Up será, de fato, o Fusca do século 21.

VEJA A MEGA GALERIA DE FOTOS COM TODOS OS DETALHES DO VOLKSWAGEN UP

*O jornalista viajou a convite da Volkswagen do Brasil

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