BC inicia reunião que deve baixar a taxa de juros pela 2ª vez seguida
Mercado financeiro estima novo corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, de 13,25% para 12,75% ao ano
Economia|Do R7
Após reduzir a taxa básica de juros pela primeira vez desde 2020, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) volta a se reunir nesta terça-feira (19) para a reunião que deve resultar na segunda redução consecutiva da taxa Selic.
Conforme expectativas sinalizadas pelo mercado financeiro, a taxa básica de juros deve recuar 0,5 ponto percentual novamente, de 13,25% para 12,75% ao ano.
Nesta terça, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os oito diretores da autoridade monetária realizam apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas da economia e o comportamento do mercado financeiro.
Amanhã (20), o Copom projeta as possibilidades futuras e define o patamar da Selic. O veredito a respeito dos novos juros será anunciado após as 18h e ficará vigente por ao menos 45 dias, quando os diretores do BC voltam a se encontrar.
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Na ata da última reunião, ao justificar o surpreendente corte de 0,5 ponto percentual dos juros básicos, o Copom sinalizou que novos cortes da mesma magnitude para os próximos meses.
"Os membros do Comitê concordaram unanimemente com a expectativa de cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões e avaliaram que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário", destaca o documento.
As perspectivas de que o BC vai manter o ritmo da redução dos juros básicos surge em linha com o recente arrefecimento da inflação. A alta de preço abaixo das expectativas ao longo do mês de agosto, por exemplo, eleva a possibilidade de uma política monetária menos restritiva, com queda de 0,75 ponto percentual da taxa básica de juros no mês de dezembro.
Taxa Selic
A taxa básica de juros é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. A Selic é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.
Em linhas gerais, é a taxa Selic que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo a empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.
A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, perto da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam alternativas de investimento.
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.