O preço da cesta básica subiu em abril de 2025 em diversas capitais brasileiras, puxado principalmente pelos aumentos do café em pó, tomate e pão francês. Os dados são do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que identificou elevações expressivas nesses produtos em praticamente todas as cidades pesquisadas. Fatores climáticos, menor oferta e aumento das importações estão entre as principais causas da alta.O café em pó encareceu em todas as 17 capitais analisadas. A maior alta aconteceu em Vitória, com 15,55%, enquanto a menor variação foi em Goiânia (0,87%). No acumulado de 12 meses, os reajustes ocorreram de forma mais intensa, com destaque para Vitória (137,04%), Goiânia (133,37%) e Brasília (125,99%). A oferta global reduzida e a incerteza em relação à próxima safra brasileira — impactada por condições climáticas adversas — elevaram o valor do grão nas bolsas internacionais, refletindo diretamente no varejo.O tomate também pesou no orçamento das famílias, com preços em alta em 15 capitais. Em Porto Alegre, o avanço chegou a 51,99%. Vitória (34,28%) e Natal (32,91%) também apresentaram aumentos relevantes.Chuvas atrapalharam a colheita e o clima mais ameno nas regiões produtoras retardou a maturação dos frutos, reduzindo a oferta. No acumulado anual, o comportamento de preços variou, com algumas capitais registrando queda.O pão francês encareceu em 12 capitais, influenciado pela escassez de trigo no mercado doméstico e pelo aumento nas importações. Vitória (4,99%) e Porto Alegre (3,89%) lideraram os reajustes mensais.Nos últimos 12 meses, Porto Alegre (10,15%) e Belo Horizonte (7,57%) concentraram os maiores aumentos. Aracaju foi exceção, com queda de 1,83% em abril e de 3,59% no ano.Outro item de peso na cesta básica, a carne bovina de primeira subiu em 11 capitais. As variações mensais foram discretas, oscilando entre 0,06% em São Paulo e 1,08% em Florianópolis. Em seis capitais, houve recuo nos preços — Salvador registrou a maior baixa (2,81%).No acumulado anual, no entanto, todas as capitais apresentaram alta. Fortaleza (29,26%), Brasília (29,02%) e São Paulo (28,66%) lideraram o ranking. A escassez de animais prontos para o abate e o aquecimento da demanda externa pressionaram os valores.Apesar das pressões inflacionárias, alguns itens essenciais registraram queda e contribuíram para amenizar o impacto no custo total da cesta. O arroz agulhinha teve redução em todas as capitais analisadas, com destaque para Brasília (-7,26%) e Porto Alegre (-6,60%).A tendência de queda persistiu também no acumulado anual, impulsionada por colheita mais acelerada, maior oferta interna e recuo nas cotações internacionais. Em Brasília e Curitiba, as retrações chegaram a 11,93% e 10,88%, respectivamente.O óleo de soja também apresentou queda em 14 capitais. Belém registrou a maior redução (-6,04%). Vitória (0,50%), Fortaleza (0,45%) e Aracaju (0,12%) tiveram leve aumento.Mesmo com o recuo observado em abril, o produto ainda acumula forte alta no ano. Em Vitória, Goiânia e Campo Grande, os preços subiram mais de 36% nos últimos 12 meses. As recentes quedas se explicam pela safra recorde brasileira e pelos estoques elevados nos Estados Unidos, fatores que pressionaram os preços internacionais da soja.O custo total da cesta básica aumentou em 15 das 17 capitais pesquisadas. Entre março e abril de 2025, os maiores avanços ocorreram em Porto Alegre (5,38%), Recife (4,08%), Vitória (4,05%) e São Paulo (3,24%).As quedas ficaram restritas a Brasília (-0,87%) e Salvador (-0,23%). São Paulo liderou o ranking de maiores valores, com a cesta custando R$ 909,25. Em seguida aparecem Florianópolis (R$ 858,20), Rio de Janeiro (R$ 849,70) e Porto Alegre (R$ 834,22).Nas capitais do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 579,93), Salvador (R$ 632,12), João Pessoa (R$ 641,57) e Recife (R$ 652,71).Em abril de 2025, o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ter alcançado R$ 7.638,62 — equivalente a 5,03 vezes o valor oficial, fixado em R$ 1.518,00. Em março, o valor ideal girava em torno de R$ 7.398,94, ou 4,87 vezes o salário mínimo vigente.Um ano antes, em abril de 2024, o valor necessário ficava em R$ 6.912,69, o que correspondia a 4,90 vezes o salário mínimo de então, fixado em R$ 1.412,00.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp