Com bacalhau mais caro, peixe nacional se torna opção para Páscoa
Cação, sardinha e pescada são alternativas mais baratas, mas os preços também podem subir de 10% a 15% nos dias que antecedem o feriado
Economia|Gabriel Croquer, do R7*
Além da típica alta de preços nos dias anteriores ao feriado da Páscoa, o consumidor deve se precaver com a flutuação dos preçosaté em itens não tão procurados e tradicionais, segundo especialistas do setor. A questão climática e a taxa cambial estão entre os principais fatores que podem causar preços ainda mais salgados.
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A inflação característica nos produtos mais procurados do período, que vinha em queda nos dois últimos anos (0,36% em 2017 e 2,61% em 2018), apresentou crescimento de 17,15%, de 2018 para de 2019, aponta estudo da FGV.
O tradicional bacalhau de Páscoa está entre os itens que mais subiu. O preço aumento 19,35% este ano em relação ao ano passado. Igor Lino, pesquisador da FGV, explicou que produto chega ao mercado brasileiro principalmente por importação, o que aumenta os preços devido ao câmbio.
Como opção, o consumidor poderá recorrer a peixes que são produzidos nacionalmente, como o cação, sardinha e pescada. Ainda assim, o pesquisador da FGV argumentou que a semana da Páscoa é imprevísivel e promete mais aumentos para estas categorias mais baratas.
Meg Felippe, fundadora do Comitê Diretivo do Instituto Pró-pescado da Sapesp (Sindicato da Indústria da Pesca no Estado de São Paulo), alertou para outra influência climática na semana do feriado: com o tempo instável, os itens frescos podem ter um aumento acima do esperado, caso a previsão do clima se mantenha com chuvas no litoral.
"Em geral, os preços do pescado podem variar de 10% a 15% . Só conseguimos ter esta perspectiva real na semana da Páscoa", disse Meg. Contudo, ela afirma que, mesmo com o cenário incerto da economia, a grande maioria da população vai procurar pelos produtos típicos da época.
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Danilo Tiodi, comerciante que trabalha na peixaria Hedama Pescados, sugere os peixes que estão mais em conta para os clientes antes do feriado. "Corvina, tilápia e porquinho entram muito no mercado, geralmente com preços que estão sempre lá em baixo." Além disso, estas opções podem ser cozinhadas de diversas formas, opinou o comerciante.
Já o robalo, a tainha e o bacalhau estão com os maiores custos. Na peixaria de Tiodi, o bacalhau chega a custar R$ 140 o quilo. Segundo ele, a procura vem aumentando a cada ano, o que dificulta oferecer preços mais baixos para os clientes.
O bacalhau é um dos produtos típicos que mais dependem de importações, e consequentemente, da variação cambial. Segundo Eduardo Lobo, presidente da Abipesca (Associação Brasileira da Indústria de Pescados), ainda houve um aumento na demanda de consumidores pelo produto neste ano.
Porém, a associação prevê um aumento nas vendas globais das indústrias de 7% em 2019. "Nossos associados (indústrias nacionais) estão trabalhando para manter os preços em patamares atrativos, com o objetivo de auxiliar o brasileiro a consumir a proteína mais saudável e diversificada", afirmou Eduardo Lobo.
*Estagiário do R7, com supervisão de Ana Vinhas