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Comissão aprova orçamento e veta reajuste a funcionários públicos

Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentária para 2019 autoriza prejuízo para governo da ordem de R$ 132 bilhões. Texto precisa ser aprovado em plenário

Economia|Do R7

"Objetivo foi atingido", diz senador Dalirio Beber (PSDB-SC)
"Objetivo foi atingido", diz senador Dalirio Beber (PSDB-SC)

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou nesta quarta-feira (11) o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019, que veta a concessão de reajustes salariais ao funcionalismo público e estabelece meta de déficit primário (prejuízo autorizado) de R$ 132 bilhões para o setor público consolidado, o que representará o sexto resultado anual consecutivo no vermelho.

O projeto da LDO ainda precisa ser votado em sessão conjunta no Congresso Nacional, prevista para ocorrer ainda nesta quarta-feira.

Numa mudança em relação ao que originalmente pretendia, o relator do texto, senador Dalirio Beber (PSDB-SC), diminuiu a obrigação do corte de despesas de custeio a 5% em relação à programação para 2018. Antes, a tesourada era de no mínimo 10%.

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Mesmo assim, ele avaliou que o projeto seguiu fiel à proposta de não ampliar quadro de dificuldades para o futuro governo.


— O espírito principal do projeto, que era de fato não aumentarmos a despesa pública, foi atingido. Será atingido por inteiro se nós tivermos a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias na noite de hoje na sessão do Congresso.

O texto propõe uma série de outras medidas de restrição, como a proibição à compra de automóveis e imóveis funcionais a todos os poderes durante o exercício.


O projeto também determina que o governo apresente até o fim de março um plano para reduzir em dez anos o montante de renúncias tributárias a 2% do PIB (Produto Interno Bruto), ante cerca 4% atualmente, patamar equivalente a cerca de R$ 300 bilhões anuais.

Em outra frente, institui que nenhuma nova renúncia poderá ser criada em 2019 e as que vencerem só poderão ser prorrogadas se tiverem seus valores reduzidos.


Em relação aos resultados fiscais, o relatório estabeleceu uma meta de déficit primário de R$ 139 bilhões para o governo central (governo federal, Banco Central e Previdência); déficit primário de R$ 3,5 bilhões para estatais; e superávit primário de R$ 10,5 bilhões para Estados e municípios.

O texto também manteve as projeções econômicas apresentadas pelo governo em sua proposta original, considerando um avanço do PIB de 2,5% em 2018 e de 3% em 2019. Mas Beber ressalvou que estimativas mais atuais já indicam que o crescimento neste ano não deve ocorrer no ritmo esperado pelo governo.

"Se esse quadro de fragilidade se confirmar e eventualmente determinar alterações nas expectativas, o próprio texto do substitutivo permite que o Poder Executivo se utilize de novos parâmetros para elaborar o projeto do orçamento de 2019", pontuou ele no relatório, em referência ao projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA), que o governo deve enviar ao Congresso até agosto.

No mercado, economistas estimam que o PIB terá uma expansão de 1,53% este ano e 2,5% no ano que vem, conforme boletim Focus mais recente, produzido semanalmente pelo Banco Central junto a uma centena de economistas. O próprio BC revisou para baixo sua expectativa de crescimento do PIB neste ano a 1,6%, sobre 2,6% antes.

O governo deve ir pelo mesmo caminho, diminuindo sua projeção para a atividade no próximo relatório de receitas e despesas, a ser divulgado no fim da próxima semana.

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