Consumo nos lares brasileiros cresce em 2022, mostra associação de supermercados
Abras afirma que 50% dos gastos das famílias foram direcionados ao setor no ano passado
Economia|Do R7
O consumo nos lares brasileiros subiu e teve alta de 3,89%, em 2022. É o maior resultado acumulado desde junho de 2021 quando o indicador atingiu 4,01%. Os dados são da Abras (Associação Brasileira de Supermercados).
Segundo a organização, as medidas de estímulo à economia adotadas pelo Governo Federal sustentaram o crescimento no número. A deflação no preço dos alimentos básicos, o pagamento do pacote de benefícios sociais e o aumento do emprego formal deram impulso ao consumo.
Isso aconteceu de forma ainda mais expressiva no último trimestre. No período, o indicador permaneceu em patamar acima de 3%, com altas acumuladas em outubro (3,02%), novembro (3,52% e, dezembro (3,89%).
Todos os indicadores são deflacionados pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ou seja, não há uma falsa impressão de alta causada pela inflação nos preços dos produtos.
O desempenho superou as projeções da Abras de alta entre 3% e 3,30%. As estimativas foram revistas em agosto após a liberação do pacote de benefícios de cerca de R$ 42 bilhões pelo Governo Federal para os programas Auxílios Brasil, Gás, Caminhoneiro e Taxista.
De acordo com a entidade, analistas calcularam, na época, que cerca de 50% do montante seria destinado à compra de alimentos nos supermercados. O levantamento contempla todos os formatos e canais de venda usados pelos estabelecimentos.
Em nota, o vice-presidente Institucional da Abras, Marcio Milan, disse que a previsibilidade nos recebimentos dos auxílios e ampliação do número de beneficiários ao longo do ano foram decisivos para a impulsionar o consumo dos gêneros alimentícios, principalmente para famílias com menor poder aquisitivo devido à elevada inflação que impactou a cesta de alimentos.
Para 2023, a entidade projeta inicialmente aumento de 2,5% do consumo nos lares. "Nossas análises sinalizam para um crescimento positivo", destacou Milan.
O executivo explicou que alguns fatores contribuem para a estimativa de alta neste ano. Isso apesar do comprometimento da renda com pagamento de dívidas e das tradicionais despesas de início do ano, como rematrículas escolares e impostos.
Entre eles, o reajuste do salário mínimo acima da inflação, a manutenção do pagamento do agora rebatizado Bolsa Família em R$ 600,00 e o pagamento (previsto a partir de março) de R$ 150,00 por criança de até seis anos para as famílias inscritas nos programas.
Vale lembrar que o Auxílio Brasil era o mesmo programa social que o Bolsa Família, mas ele recebeu novo nome após a posse do presidente Lula.