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Ibovespa tem a 10ª queda seguida, maior sequência de perdas desde 1995

No período, o principal índice da Bolsa acumula baixa de 4%; a série negativa ainda é insuficiente para reverter os ganhos de 2023

Economia|Do R7, com Reuters

Última alta do Ibovespa foi registrada em 31 de julho
Última alta do Ibovespa foi registrada em 31 de julho Última alta do Ibovespa foi registrada em 31 de julho

O Ibovespa, o principal índice de ações da Bolsa brasileira, engatou nesta segunda-feira (14) o décimo pregão consecutivo de perdas. A sequência negativa, que não era vista desde fevereiro de 1995, é motivada por temores de investidores com a inflação global e pela onda de correções em meio aos ganhos robustos registrados no primeiro semestre.

No fim dessa sessão, o Ibovespa fechou em baixa de 1,06 %, e o volume financeiro somava R$ 22,3 bilhões.

Desde a última alta, registrada no dia 31 de julho, as perdas superam os 4%, de 121.942,98 para os atuais 116.809,55 pontos. Caso o índice termine mais uma vez no vermelho nesta terça-feira (15), essa série de baixas será igualada à maior desde fevereiro de 1984.

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A sequência negativa, no entanto, é insuficiente para reverter o ganho acumulado de 11,1% do índice de referência nos primeiros sete meses de 2023, de 109.734,60 para 121.942,98 pontos. Somente no primeiro semestre, a alta do Ibovespa totalizou 7,6%.

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"Acreditamos que as recentes quedas, nos últimos dez dias, acontecem porque o mercado já projetava um corte de juros um pouco mais agressivo por parte do Copom [Comitê de Política Monetária, do Banco Central] para as próximas reuniões. Após a divulgação do corte, o mercado entrou num modo de realização de lucros, chegou a pressionar a curva de juros, estimando um corte de -0,75% em alguma reunião deste ano", analisa Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.

Ele afirma que essa expectativa acabou sendo frustrada pelo presidente do BC e pela ata do Copom, em que ficou subentendido que devem ser mantidos os cortes de -0,5%, já contratados pelo mercado até o fim do ano. "Isso fez muitos investidores venderem suas posições."

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Desde o começo de agosto, investidores estrangeiros venderam mais ações brasileiras do que compraram, com o saldo negativo, acumulado até o dia 10, em quase R$ 6,6 bilhões, em dados que excluem as ofertas de ações.

Fernandez diz que é difícil dizer o que esperar para as próximas semanas, já que nesta segunda-feira termina a temporada de balanços do segundo trimestre de 2023. "Agora as atenções se voltam para a política e a aprovação do novo arcabouço fiscal. Esses fatores podem ditar os próximos rumos do Ibovespa", finaliza. 

Dólar sobe mais de 1% ante real

O dólar à vista teve alta firme ante o real nesta segunda, acima de 1,26%, e fechou o dia cotado a R$ 4,9662 na venda. Foi a sétima alta em agosto, em um total de dez sessões, com acúmulo de ganho de 5,01% no mês para a moeda americana. 

Esse desempenho resulta da preocupação dos mercados globais com a desaceleração do crescimento da economia da China, importante compradora das commodities brasileiras, mais especificamente com o setor imobiliário chinês.

Na B3, às 17h12 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,18%, a R$ 4,9820.

À cautela com a China somou-se a possibilidade, ainda presente nas mesas de negociação, de que o Federal Reserve, o banco central americano, eleve mais uma vez a taxa de juros dos Estados Unidos em 2023, para segurar os preços no país.

Na sexta-feira (11), o Departamento do Trabalho dos EUA informou que o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) para a demanda final subiu 0,3% em julho, ante a variação zero do mês anterior. Nos 12 meses até julho, os preços ao produtor aumentaram 0,8%, após uma alta de 0,2% em junho.

Nesse cenário, desde cedo o dólar apresentava ganhos consistentes ante as divisas de países emergentes e exportadores de commodities. A moeda americana também avançava frente às divisas fortes.

No Brasil, o dólar à vista oscilou em alta durante todo o dia. Às 9h17, marcou a mínima de R$ 4,9105 (+0,12%) e, ao longo da sessão, escalou patamares mais elevados, até a máxima de R$ 4,9720 (+1,38%), às 16h10. Esse avanço firme sustentou a alta das taxas de contratos futuros de juros nesta segunda-feira.

Enquanto as preocupações com a China conduziram as cotações do dólar, o mercado também monitorou os desdobramentos da vitória do candidato de direita Javier Milei nas eleições primárias da Argentina.

Em meio à pressão, o banco central argentino anunciou uma desvalorização de quase 18% de sua moeda, com a fixação da taxa de câmbio em 350 pesos por dólar até a eleição geral de outubro. Além disso, elevou a taxa básica de juros de 97% para 118% ao ano.

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