Em meio à queda de braço entre China e Estados Unidos, a cotação do dólar disparou e já ultrapassa R$ 6,086 na manhã desta quarta-feira (9), uma alta de 1,46%. Nesta manhã, o Ministério das Finanças da China anunciou a imposição de novas tarifas, de 84%, sobre produtos americanos — um aumento de 50 pontos percentuais em relação aos 34% já anunciados na semana passada.Por volta das 10:13, o dólar era negociado R$ 6,06Por sua vez, o governo de Donald Trump declarou que, a partir de hoje, os produtos chineses também serão taxados em 104%. Além disso, entram em vigor as tarifas anunciadas na semana passada pelo presidente americano, que variam entre 10% e 50% e atingem produtos de mais de 180 países.A taxação americana sobre produtos do país asiáticos é a maior do tarifaço de Trump. O Brasil e Reino Unido, por exemplo, receberam tacas de 10% em seus produtos. O pacote de impostos dos EUA a outras nações começou no último sábado (5), quando passou a valer a tarifa mínima de 10% sobre as importações de outros mercados. O tarifaço de Trump afeta aproximadamente 190 nações. Em meio ao cenário de incerteza global, a validade das taxas deve causar um novo efeito negativo no câmbio e nas bolsas ao redor do mundo, incluindo o Brasil. Trump nega uma eventual pausa no pacote de tarifas. “Não estamos olhando para isso”, disse ele na segunda-feira (7).Desde o início do atual mandato, Trump tem aplicado tarifas sobre as importações de diferentes produtos, gerando tensões com os principais aliados do país e desencadeando uma guerra comercial, por exemplo, com Canadá e União Europeia.Uma das maiores preocupações relacionadas ao tarifaço de Trump são as demissões em massa, que podem gerar consequências negativas na economia americana. As tarifas comerciais anunciadas por Trump aumentaram o cenário de incerteza global, gerando maior tensão entre as principais potenciais mundiais.As bolsas asiáticas também enfrentam mais um dia de quedas por conta das tarifas americanas. O índice CSI300 da China abriu em queda de 1,2%, enquanto o Shanghai Composite Index perdia 1,1%. O índice de referência Hang Seng, de Hong Kong, caía 3,1%. No mercado japonês, o índice Nikkei registrou queda de 3,26% nas primeiras negociações da sessão, enquanto o Topix registrava um recuo de 3,20%. Já o índice Kospi, da Coreia do Sul, registrava uma queda de 0,82%, enquanto o won sul-coreano atingiu US$ 1.487,45, o nível mais baixo desde 2009.Com o medo do mercado de uma possível recessão nos EUA e o aumento das tarifas, bolsas de valores na Ásia, Europa, Brasil e no próprio país norte-americano vêm registrando perdas sequenciais.Após rumores de uma possível pausa nas tarifas comerciais impostas na segunda-feira (7), as bolsas ao redor do mundo, incluindo a do Brasil, registraram um salto temporário. Entretanto, depois que a Casa Branca negou que Trump pensa em desistir do tarifaço, as perdas voltaram a ser observadas.Nessa terça (8), o dólar comercial voltou a se aproximar de R$ 6 e fechou o dia a R$ 5,997, uma variação de 1,46%. Além do câmbio, o índice Ibovespa, principal indicador da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou o pregão com variação negativa de 1,32%, a 123.931,89 pontosCom as imposições do norte-americano e de ameaças ao multilateralismo, líderes globais se viram obrigados a retaliar e avaliar as novas taxas, o que pode causar um redirecionamento do comércio internacional.Além da China, o Canadá, um dos principais parceiros comerciais dos EUA, anunciou uma tarifa de 25% sobre todos os veículos importados. A União Europeia também se pronunciou e sugeriu uma contra tarifa de 25% sobre alguns produtos americanos. Apesar da tensão e perdas registradas, Donald Trump afirmou nesta terça-feira que os Estados Unidos estão arrecadando US$ 2 bilhões por dia com as tarifas.O Ministério do Comércio da China anunciou nesta quarta-feira (9) que submeteu um novo processo na OMC (Organização Mundial do Comércio) sobre as tarifas recíprocas dos Estados Unidos, desta vez para questionar a imposição de alíquota adicional de 50% sobre produtos chineses.“As medidas tarifárias dos EUA violaram seriamente as regras da OMC. O aumento de 50% reflete um erro atrás do outro, demonstrando a natureza de bullying unilateral”, afirmou um porta-voz do ministério chinês. “A China defenderá firmemente seus interesses e direitos legítimos, atuando para proteger o sistema de comércio multilateral e a ordem econômica internacional.”Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp