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Dólar fecha abaixo de R$ 5,30 e tem 1ª queda semanal desde maio

Moeda caiu 1,41%, a R$ 5,26, o menor patamar para encerramento desde quinta-feira da semana passada (R$ 5,2311)

Economia|Do R7

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O dólar à vista fechou em queda de 1,41%, a R$ 5,2690
O dólar à vista fechou em queda de 1,41%, a R$ 5,2690

O dólar caiu acentuadamente nesta sexta-feira (8), fechando com folga abaixo dos R$ 5,30 e interrompendo uma série de vários ganhos semanais consecutivos, em movimento de ajuste técnico embalado por algum alívio dos temores internacionais de recessão.

A moeda americana negociada no mercado à vista fechou em queda de 1,41%, a R$ 5,2690, o menor patamar para encerramento desde quinta-feira da semana passada (R$ 5,2311). O real foi líder de desempenho global durante boa parte das negociações deste pregão.


Em relação ao fechamento da última sexta-feira, o dólar à vista caiu 0,99%, interrompendo uma sequência de cinco ganhos semanais.

Na B3, às 17:24 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,45%, a R$ 5,2975.


Parte do enfraquecimento da divisa americana, que perdeu 2,84% no acumulado de quinta e sexta, a maior queda em dois dias desde a baixa de 3,34% vista entre 3 e 4 de maio, foi atribuída por alguns participantes do mercado a movimento técnico depois de uma disparada recente, que levou o dólar a um pico em cinco meses acima de R$ 5,46 nas máximas intradiárias da quarta-feira.

Segundo Jefferson Rugik, presidente-executivo da Correparti Corretora, a queda do dólar nesta sexta-feira também refletiu a notícia de que a economia dos Estados Unidos abriu 372 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, contra estimativa em pesquisa da Reuters de criação líquida de 268 mil postos. A taxa de desocupação permaneceu em 3,6% pelo quarto mês consecutivo.


Embora tenha reforçado expectativas de manutenção de um ritmo agressivo de aperto monetário pelo banco central americano, o que é visto como impulso para o dólar, que tende a ganhar com o aumento dos rendimentos da dívida dos EUA, o relatório de emprego afastou, pelo menos por ora, a perspectiva de recessão iminente na maior economia do mundo, disse Rugik, já que o mercado de trabalho segue muito saudável.

Isso pode representar alívio para ativos considerados arriscados, como moedas de países emergentes ou exportadores de commodities, que têm sofrido nas últimas semanas diante de fuga generalizada para a segurança, alimentada justamente por temores de retração na atividade. O dólar australiano, sensível ao apetite por risco global, subia ligeiramente nesta tarde.


No Brasil, investidores reagiram nesta sexta-feira à leitura de junho do IPCA, que subiu 0,67% no período, ante taxa de 0,47% em maio.

Apesar da aceleração, o resultado veio ligeiramente abaixo do esperado em pesquisa da Reuters e foi, no geral, bem recebido pelos mercados domésticos, que mantiveram perspectiva majoritária de que o Banco Central elevará a taxa Selic em 0,50 ponto percentual em sua reunião de agosto, a 13,75%.

Juros altos contribuem para a atração de capital estrangeiro ao Brasil, o que pode ajudar na valorização da moeda local, comentou Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos. O patamar elevado da Selic foi um dos principais responsáveis pela queda de 14,55% registrada pelo dólar no primeiro trimestre deste ano, mas boa parte dessas perdas já foi devolvida. Agora, a moeda americana acumula baixa de apenas 5,46% em 2022, 14,36% acima da mínima para encerramento do ano, de R$ 4,6075.

Apesar da queda dos últimos dois dias, "ainda é difícil imaginar o dólar de volta abaixo de R$ 5", disse à Reuters Matheus Pizzani, economista da CM Capital, que projeta a divisa americana em R$ 5,15 ao fim de 2022.

Ele acredita que um cenário externo arisco, com o Fed se mostrando agressivo na elevação dos juros, será exacerbado por tensões políticas domésticas "intensas" durante o processo das eleições presidenciais, mantendo elevada a aversão a risco durante o restante do ano.

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