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Dólar fecha acima de R$ 5 e Bolsa despenca, após alta de juros

Moeda americana teve alta de 2,34% e o Ibovespa caiu 2,87%, a 105.235,68 pontos, a maior queda desde 26 de novembro

Economia|Do R7

O dólar à vista fechou em alta de 2,34%, a R$ 5,0166 na venda
O dólar à vista fechou em alta de 2,34%, a R$ 5,0166 na venda O dólar à vista fechou em alta de 2,34%, a R$ 5,0166 na venda

O dólar disparou nesta quinta-feira (5), voltando a fechar acima de R$ 5, e o Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira, teve o maior recuo desde novembro de 2021. Um dos motivos foi o receio do mercado financeiro de que os juros nos Estados Unidos tenham de subir mais do que o esperado.

O dólar à vista fechou em alta de 2,34%, a R$ 5,0166 na venda. A moeda variou entre alta de 0,58% (para R$ 4,9305) e ganho de 3,21% (para R$ 5,0592). Na quarta-feira, a divisa havia caído 1,26%, para R$ 4,902.

De acordo com dados preliminares, o Ibovespa caiu 2,87%, a 105.235,68 pontos, a maior queda desde 26 de novembro e o menor patamar de fechamento desde 11 de janeiro. O volume financeiro foi de R$ 29,6 bilhões.

A cotação do dólar mais do que devolveu toda a queda da véspera, quando investidores mostraram alívio com a sinalização do chefe do banco central dos EUA de que altas mais fortes dos juros não deveriam ocorrer.

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Mas o respiro não durou 24 horas, e nesta quinta voltou a prevalecer o medo de um choque monetário nos EUA, movimento com potencial para sacudir os mercados em todo o planeta e drenar liquidez de países emergentes como o Brasil.

No exterior, as moedas emergentes sofriam a maior queda desde meados de março. Já o índice do dólar frente a uma cesta de rivais de países ricos saltava 1%, para o maior valor em duas décadas.

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Em outro sintoma do mau humor generalizado, as Bolsas de Valores despencaram. O Ibovespa recuou quase 3%, enquanto em Wall Street o índice Nasdaq, mais vulnerável ao aperto monetário nos EUA por ter maior peso de ações de crescimento, desabou 5%.

O que começa a ganhar corpo na lista de preocupações de investidores é o risco de recessão, que seria fruto do aperto rápido das políticas monetárias globais, que por outro lado poderiam não ser capazes de barrar a inflação. O resultado disso seria a estagflação, fenômeno que tradicionalmente beneficia o dólar.

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"A inflação alta impede que os bancos centrais atuem, como nos períodos do passado recente, fornecendo suporte à economia e aos mercados na forma de juros mais baixos e adição de liquidez nos mercados", disse a TAG Investimentos em carta mensal.

"Isso explica a pressão no mercado de commodities, assim como uma deterioração no ambiente para os ativos emergentes ao longo do mês, em que o Brasil acabou sendo duramente afetado", acrescentou. A gestora cita "um coquetel bastante perverso" para países como o Brasil: alta de juros no mundo desenvolvido, inflação alta, crescimento mais baixo (especialmente na China), menor demanda por commodities e consequente queda no preço das matérias-primas.

Depois de ter se valorizado ao longo do primeiro trimestre, o real se depreciou em abril e segue em queda no saldo das primeiras sessões de maio. O dólar subiu 3,79% em abril e em maio avança 1,48%, após cair 14,55% nos três primeiros meses do ano.

Essa "gordura" acumulada pela taxa de câmbio no começo de 2022 ajuda a explicar o porquê de a moeda brasileira ser agora uma das mais alvejadas pela liquidação global, com investidores realizando lucros em ativos "vencedores" durante o choque inicial da guerra na Ucrânia, que turbinou o preço das commodities.

E o cenário poderia ser pior para o real caso o "beta" (uma medida de sensibilidade) em relação às ações de commodity locais fosse maior. Por uma lista do Goldman Sachs, o "beta" da moeda brasileira está no meio da tabela, enquanto o rand sul-africano e o peso colombiano parecem mais vulneráveis a uma correção nas ações locais de commodities.

"Vemos mais espaço para o real se desvalorizar e permanecer subavaliado em relação ao seu valor justo nos próximos meses", disseram profissionais do Rabobank em carta mensal.

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