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Dólar salta mais de 1,5% e volta a encostar em R$ 4,90

Alta da moeda americana é guiada por sinalização de redução do diferencial de juros entre o Brasil e as grandes economias

Economia|Do R7, com Reuters

Dólar é negociado a R$ 4,879 na tarde desta quinta-feira
Dólar é negociado a R$ 4,879 na tarde desta quinta-feira

O dólar saltava em comparação ao real nesta quinta-feira (3), depois que o BC (Banco Central) cortou a Selic em 0,5 ponto percentual na véspera, delineando uma provável trajetória mais rápida de redução do diferencial de juros entre o Brasil e grandes economias, ao mesmo tempo que o ambiente externo se mostrava ruim para ativos arriscados.

Às 14h20 (horário de Brasília), a moeda americana à vista avançava 1,52%, para R$ 4,879, na venda. Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,8051, com alta de 0,29%.

O BC anunciou na véspera a redução da Selic de 13,75% para 13,25% ao ano, em decisão que dividiu os membros de sua diretoria. O Copom (Comitê de Política Monetária) também sugeriu novos cortes equivalentes nas próximas reuniões, após a primeira flexibilização na taxa básica de juros em três anos.

Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, afirma que o corte mais acentuado do que boa parte dos mercados esperava colaborava para a desvalorização do real, uma vez que torna o apelo de diferencial de juros da moeda menos atraente.


Isso acontece porque o nível alto das taxas torna o real interessante para uso em estratégias de "carry trade", que consistem na tomada de empréstimo em país de juro baixo e aplicação desses recursos em mercado mais rentável. Quanto mais a Selic cair, mais o Brasil perderá vantagem no "carry trade".

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Por outro lado, afirma Rostagno, "o impacto no mercado de câmbio acaba sendo um pouco limitado pela forte sinalização que o BC deu de que não pretende acelerar o ritmo de cortes", ao mesmo tempo que parte do risco de um corte menos parcimonioso da Selic já havia sido precificado pelos operadores.


Ele acrescenta ainda que boa parte da alta do dólar nesta quinta-feira também era reflexo de um ambiente externo avesso a risco. "Dados econômicos piores do que o esperado na zona do euro e informações sobre o mercado imobiliário chinês ajudam a elevar a preocupação com o crescimento econômico mundial, com moedas emergentes perdendo frente ao dólar", diz ele.

Dados desta manhã mostraram que a retração na atividade empresarial da zona do euro piorou mais do que se pensava inicialmente em julho. Agora, o foco dos mercados na frente dos dados econômicos deve ficar em um relatório de empregos dos Estados Unidos, que pode ajudar investidores a entender se o Federal Reserve já encerrou ou não seu intenso ciclo de aperto monetário.

"Isso acho que tem, sim, uma relevância maior no que se refere a dados, já que poderá nos traçar aí uma trajetória de um dólar mais forte nos próximos meses, ou não. Isso vai depender do que vai sair no 'payroll' de amanhã", afirma Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

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