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Dólar sobe e volta a valer mais de R$ 3,60

Alta de 1,43% da moeda norte-americana foi puxada pela cena política local e ações do BC

Economia|Do R7

Na máxima do dia, a moeda norte-americana foi a R$ 3,615
Na máxima do dia, a moeda norte-americana foi a R$ 3,615

O dólar fechou em alta e foi acima de R$ 3,60 nesta segunda-feira (4), após encerrar no menor nível em sete meses na sessão anterior, com investidores preferindo estratégias mais defensivas em meio ao noticiário político intenso no Brasil e à atuação do BC (Banco Central).

O dólar avançou 1,43%, a R$ 3,6138 na venda, após recuar a R$ 3,5627 na sexta-feira. Na máxima do dia, a moeda norte-americana foi a R$ 3,6156. O dólar futuro avançava cerca de 1,8 por cento no final da tarde.

"A crise política é o principal fator afetando os mercados locais. As notícias não param de chegar de Brasília", disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, João Paulo de Gracia Corrêa.

Logo após o fechamento dos mercados, o governo protocolou a defesa da presidente Dilma Rousseff na comissão da Câmara dos Deputados que analisa o pedido de impeachment. O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, pediu o arquivamento do processo, alegando falta de fundamentação jurídica e que na origem do pedido há um ato de "vingança" do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).


A manobra vem em um momento em que o Planalto busca angariar votos de deputados para impedir que o processo de impedimento avance. A percepção de que esses esforços podem dar resultados ganhou um pouco de força nos últimos dias após o rompimento do PMDB com o governo expor disputas internas no maior partido do Brasil.

Muitos investidores do mercado financeiro enxergam a possibilidade de impeachment de Dilma como um primeiro passo para a recuperação da confiança no País.


"O mercado está colocando a probabilidade de impeachment em mais ou menos metade. Ou seja, tem espaço para subir muito e para cair muito, dependendo da política", disse o operador de um importante banco nacional.

Outro fator que vem concentrando as atenções do mercado é a estratégia de intervenções cambiais do BC.


Após a forte queda de sexta-feira passada, o BC anunciou para esta sessão leilão de até 14.100 swaps reversos, contratos equivalentes a compra futura de dólares, e manteve a estratégia de promover vendas parciais, colocando apenas 8.140 contratos.

"O BC continuou a agir de pouco em pouco, só suavizando a trajetória do câmbio", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

O BC também manteve para esta sessão a oferta de até 5.500 swaps tradicionais — que agem na ponta inversa dos swaps reversos, funcionando como venda futura de dólares — para rolagem dos contratos que vencem no mês que vem.

A autoridade vendeu novamente a oferta integral. Com isso, repôs ao todo o equivalente a 536 milhões de dólares, ou cerca de 5% do lote do mês que vem, que corresponde a US$ 10,385 bilhões.

Se mantiver esse ritmo até o penúltimo dia útil deste mês, o BC rolará cerca de metade do lote de março. O BC rolou aproximadamente 67% do lote de abril, após promover sete rolagens integrais consecutivas.

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