Duas em cada três famílias têm dívidas, aponta pesquisa
A proporção das pessoas que utilizam cartão de crédito também voltou a crescer e tem a maior taxa desde janeiro de 2020
Economia|Do R7
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de dezembro apontou que 66,3% dos consumidores estão endividados, uma alta de 0,3 ponto porcentual (p.p.) com relação a novembro, informou nesta quarta-feira (6) a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).
Foi a primeira alta após três quedas seguidas, o que, diante da queda da inadimplência, sugere elevação do consumo.
No comparativo anual, o indicador registrou aumento de 0,7 ponto porcentual, segundo a CNC.
A inadimplência não preocupa porque o total de famílias com dívidas ou contas em atraso apresentou a quarta redução consecutiva, caindo de 25,7%, em novembro, para 25,2%, em dezembro.
Em comparação com igual mês de 2019, a proporção cresceu 0,7 ponto porcentual. A parcela das famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso passou de 11 5% para 11,2%. Em dezembro de 2019, o indicador havia alcançado 10%.
"Apesar da alta do endividamento, os consumidores seguem conseguindo quitar débitos e compromissos financeiros", diz a nota da CNC.
A Peic é uma pesquisa sobre hábitos e tendências no uso do crédito. Por isso, altas no endividamento não são necessariamente ruins, já que, quando ocorrem de forma sustentável, ciclos de aumento do crédito impulsionam o consumo e puxam a atividade econômica. Além disso, a Peic investiga todos os tipos de dívida, não apenas aquelas com os bancos.
A proporção de brasileiros que utilizam o cartão de crédito voltou a crescer em dezembro, alcançando 79,4% das famílias. É a maior taxa desde janeiro de 2020, segundo a CNC, o que mantém o cartão como a principal modalidade de endividamento. Além do cartão de crédito, o cheque especial também aumentou a sua participação entre as famílias endividadas, informou a CNC.
"Ambas são modalidades associadas ao consumo imediato e de curto e médio prazos", diz a nota da CNC.